Disparada do dólar deve acelerar a inflação no Brasil

O movimento de forte alta do dólar frente a moeda brasileira nas últimas semanas deve continuar pressionando a inflação no País nos próximos meses, dizem especialistas.

Isso porque boa parte dos produtos consumidos no Brasil são importados e sofrem com a variação da moeda norte-americana. Em 2024 até aqui, o dólar já registra uma valorização de mais de 10% em relação ao real, depois de ultrapassar a barreira dos R$ 5,40 na última semana.

Junto à alta do dólar, sobem os preços de todos os produtos importados. É o caso de itens de tecnologia e saúde, por exemplo, que dependem de matéria-prima internacional, além de combustíveis e alguns alimentos, como milho e trigo – que são base importante da alimentação no País.

Para além dos efeitos do dólar, problemas na safra brasileira também têm puxado o preço dos alimentos. Em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,46%, impactado principalmente pelo grupo de Alimentação e bebidas, com alta de 0,62%.

Dentro do grupo, destaque para os tubérculos, raízes e legumes – principalmente a batata, que disparou 20,61% em um mês. Outros alimentos muito comuns no dia a dia das famílias brasileiras também ficaram mais caros em maio. Os destaques, segundo o IBGE, ficaram com a cebola, que teve alta de 7,94%, o leite longa vida, com avanço de 5,36%, e o café moído, com 3,42%.