Exportações brasileiras de soja devem cair 17% em 2019
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 70 milhões de toneladas em 2019, recuando 17% sobre o volume de 2018, de 83,864 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado.
SAFRAS indica esmagamento de 42,5 milhões de toneladas em 2019 e de 42 milhões de toneladas em 2018, representando um aumento de 1% entre uma temporada e outra.
Em relação à temporada 2019, a oferta total de soja deverá cair 10%, passando para 115,85 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 115,65 milhões de toneladas, com queda de 10%. Desta forma, os estoques finais deverão cair 19%, passando de 248 mil para 200 mil toneladas.
SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 32,375 milhões de toneladas, subindo 1%. As exportações deverão cair 17% para 14 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 16,5 milhões, aumento de 3%. Os estoques deverão subir 121%, para 3,422 milhões de toneladas.
A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,46 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 700 mil toneladas, com queda de 48% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 7,6 milhões para 7,8 milhões de toneladas. A previsão é de aumento de 31% nos estoques para 128 mil toneladas.
Mercado
A semana foi de escassos negócios com soja no mercado brasileiro. Apesar da reação final do dólar, os contratos futuros em Chicago seguiram depreciados, com alguns repiques ao longo da semana. Mas o quadro ainda é insuficiente para trazer os produtores das lavouras para o mercado. O momento é de centrar na colheita.
Entre os pontos que merecem atenção nos próximos dias, destaque para o início do “mercado de clima” nos Estados Unidos. O excesso de chuvas no Meio Oeste americano traz preocupação não só em relação ao plantio, mas também no potencial produtivo. Lembrando que a previsão é de mais chuvas nos próximos meses.
Na sexta que vem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga o seu relatório de intenção de plantio em 2019. O USDA deverá confirmar a tendência de aumento de área do milho, em detrimento da soja.
O avanço da colheita na América do Sul também segue no foco. No Brasil, as perdas por conta da estiagem no início do ano não deverão prejudicar tanto quanto o que foi especulado. A safra deverá ficar em torno de 115 milhões de toneladas. Inicialmente, se previa uma produção de 122 milhões. Mas no auge da seca, consultorias chegaram a indicar safra de 112 milhões.
Na Argentina, o clima favorece e os trabalhos de colheita estão em fase inicial. Após a quebra da safra passada, a aposta é de um aumento de cerca de 50% na safra argentina, estimada na casa de 53 milhões a 55 milhões de toneladas.
Para completar a lista de fatores que devem ser acompanhadas nos próximos dias, há a negociação entre China e Estados Unidos em busca de um acordo comercial. Uma nova rodada de negociações terá início na próxima semana.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS