Brigada Militar quer anular três questões político-ideológicas aplicadas em concurso

A Brigada Militar (BM) pretende anular ao menos três questões do concurso público para vagas de soldado de Polícia Ostensiva, realizado no último domingo pela Fundatec. As perguntas, de acordo com o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Andreis Dal’Lago, tem cunho político-ideológico e está sendo avaliado se houve violação do princípio da impessoalidade.

Cita pessoas e autoridades públicas que estão no cargo atualmente ou estavam em cargo público muito recentemente. Além de questões do governo federal, com um viés, no nosso entendimento, ideológico e político, sim, que não é o nosso objetivo porque um concurso público tem o objetivo principal de instrução e nivelamento dos que desejam entrar na corporação. Por isso, ela é eliminatória”, avalia.

Uma das questões pede que os candidatos respondam quem era o secretário de Segurança Pública que, em 2017, anunciou a “abertura de 6.100 novas vagas para reforçar a segurança” do Estado. O texto ainda diz que a medida foi tomada para “reduzir o déficit de pessoal nos órgãos pertencentes à segurança pública”. A resposta certa é a alternativa “E” que traz o nome de Cezar Schirmer. As demais opções são Airton Michels, Wantuir Jacini, José Paulo Cairoli e José Ivo Sartori.

As outras duas perguntas do concurso contestadas, segundo Dal’Lago, são uma que enaltece as reformas realizadas pelo atual presidente, Michel Temer (PMDB), e outra que trata um latrocínio como marco na segurança pública do Rio Grande do Sul. O comandante destacou ainda que mais questões estão sendo avaliadas pela assessoria jurídica da BM. No total, os candidatos responderam a 50 questionamentos.

O presidente da Fundatec, Carlos Henrique Castro, no entanto, argumenta que as questões possuem resposta e estão amparadas no conteúdo definido pelo edital. “Pode não ser a melhor questão, mas está dentro do conteúdo programático”, destaca. Castro defendeu ainda que a banca é composta por profissionais de nível superior, mas não soube dizer por quantas pessoas passou a produção e análise da prova aplicada aos candidatos.

A Fundatec vai participar de uma reunião com o comando da BM para tratar do assunto, mas o presidente da instituição defende a necessidade de um argumento jurídico para que ocorra a anulação de qualquer pergunta. ”No caso de anulação [da questão], o ponto vai para todo mundo. Mas, para anular uma questão, tem que haver erro técnico e fundamento jurídico”, complementa Carlos Henrique Castro.

 

 

fonte Rádio Guaíba