Rio Grande do Sul gasta mais com Previdência do que com saúde
O Rio Grande do Sul repete um problema nacional, onde a demanda do sistema previdenciário supera a de serviços básicos para a população. Dados do Tesouro Nacional e do orçamento do estado apontam que o governo estadual gasta quase 40% a mais com a Previdência Social do que com saúde, por exemplo. O pagamento de aposentadorias e pensões custou aos cofres públicos em 2016 R$ 10,15 bilhões, enquanto os investimentos em saúde beiraram os R$ 6,64 bilhões.
Tanto gasto tem um reflexo negativo na vida do cidadão: sobram menos recursos para a infraestrutura como a construção de hospitais, para a compra de mais medicamentos, além da contratação de mais médicos e profissionais capazes de dar amplitude ao atendimento.
Mas não é só na saúde que os gaúchos têm sentido de perto as dificuldades de um estado no vermelho, com atrasos nos salários de servidores, aposentados e pensionistas. Na educação, os investimentos também são inferiores aos da previdência: R$ 8,69 bilhões
O desajuste da previdência, onde poucos ganham muito, tem exigido que, assim como na esfera federal, o governo estadual também promova mudanças no seu sistema previdenciário, para impedir que a crise financeira se instale ainda mais por aqui. Para o economista Arnaldo Lima, a realidade desses investimentos se reflete numa inversão de valores, que precisa ser prontamente modificada.
“O que a gente pensa é que com a reforma da Previdência a gente vai ter uma eficiência locativa. Poderemos investir mais em saúde e educação, principalmente na primeira infância para que no futuro ele tenha condições melhores de inclusão previdenciária”
Em Brasília, o governo federal se articula com a Câmara dos Deputados para votar, após o recesso parlamentar, em fevereiro, um texto reduzido da reforma da Previdência. Ao ser aprovado, os 26 estados mais o Distrito Federal terão até 180 dias, após a promulgação da nova lei, para promoverem suas próprias mudanças. Caso não o façam, passarão a seguir as regras nacionais.