Apesar da alta em Chicago, soja tem poucos negócios no Brasil
O mercado brasileiro de soja teve uma semana de poucos negócios e de preços firmes nas principais praças do país. O destaque ficou por conta dos bons ganhos dos contratos futuros em Chicago. Mas a movimentação foi comprometida pela queda do dólar e pela baixa dos prêmios de exportação.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 78,50 para R$ 78,00 na semana. Em Cascavel (PR), o preço passou de R$ 76,00 para R$ 76,50. Em Paranaguá, a cotação seguiu em R$ 82,50.
No Mato Grosso, na região de Rondonópolis, o preço passou de R$ 69,00 para R$ 70,00. Em Dourados (MS), a cotação subiu de R$ 70,00 para R$ 72,50. Em Rio Verde (GO), a saca avançou de R$ 69,00 para R$ 70,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho tiveram uma valorização de 3,7%, encerrando a quinta a US$ 8,88 por bushel. O clima úmido nos Estados Unidos deve atrasar ainda mais o plantio no cinturão produtor.
O excesso de chuvas pode inviabilizar a semeadura da área inicialmente prevista nos Estados Unidos e comprometer o potencial produtivo. Com a expectativa de menor oferta americana, os preços reagiram.
Mesmo com a alta em Chicago, o mercado interno teve uma semana de escassos negócios. O câmbio e os prêmios recuaram e limitaram o interessem em negociações. A moeda americana teve queda de 0,59%, encerrando a quinta a R$ 3,855.
USDA
O relatório de junho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou estoques de passagem de soja americana acima do esperado, tanto para a temporada 2018/19 como para a 2019/20. A previsão de produção 2019/20 ficou acima das estimativas.
A produção 2019/20 está estimada em 4,150 bilhões de bushels, ou 112,9 milhões de toneladas. O mercado esperava uma safra de 4,092 bilhões ou 111,4 milhões de toneladas. Para 2018/19, a previsão foi mantida em 4,544 bilhões ou 123,6 milhões de toneladas.
Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 1,045 bilhão de bushels, o equivalente a 28,44 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em número em torno de 26,9 milhões. Para 2018/19, o USDA elevou sua projeção de 995 milhões para 1,07 bilhão de bushels – 27,1 milhões para 29,1 milhões de toneladas. O mercado apostava em 1,01 bilhão de bushels ou 27,5 milhões de toneladas.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2019/20 de 355,39 milhões de toneladas. Os estoques finais estão estimados em 112,7 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 114,7 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 112,95 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 123 milhões de toneladas. A Argentina deverá produzir 53 milhões de toneladas. Todos os dados mantiveram as previsões de maio.
A produção em 2018/19 teve sua projeção indicada em 362,1 milhões de toneladas. Os estoques finais foram reduzidos de 113,2 milhões para 112,8 milhões de toneladas. O mercado apostava em número de 113,1 milhões de toneladas.
A safra brasileira foi mantida em 117 milhões de toneladas, enquanto a produção argentina teve sua estimativa inalteradas em 56 milhões de toneladas. Nos dois casos, o mercado já apostava nestes movimentos.
Agência SAFRAS