Família de Passo Fundo falsifica documentos do Coren para receber vacina contra a Covid-19 em Cachoeira
A Polícia Civil de Cachoeira do Sul, identificou três pessoas que usaram documentos falsos para receber a vacina contra a Covid-19 no município. A investigação teve início quando uma das pessoas fugiu do local de vacinação ao perceber a desconfiança dos profissionais da saúde. O boletim de ocorrência foi registrado e a investigação da equipe de Cachoeira do Sul chegou a uma família de Passo Fundo.
Nessa quinta-feira, 15, policiais civis de Passo Fundo cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência da família, no Bairro São Cristóvão. Segundo a Polícia Civil, do casal e dois filhos, apenas a mulher é enfermeira. O homem e os filhos teriam utilizado registros do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) falsos, identificando-se como enfermeiros.
Pai e filho, de 53 e 22 anos, tomaram as duas doses da CoronaVac nos dias 5 de fevereiro e 4 de março, usando os documentos falsificados. Quando chegou a vez de a filha, de 17 anos, ser vacinada, os profissionais desconfiaram da situação e resolveram averiguar o documento. Neste momento, a jovem teria fugido do local. O caso ocorreu no dia 4 de março.
O delegado regional de Cachoeira do Sul, José Antônio Taschetto Mota, instaurou inquérito pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Cachoeira para apurar a conduta da menor. Foi no decorrer das investigações que a polícia descobriu que outras duas pessoas, com o mesmo sobrenome da adolescente, também haviam se vacinado. Eram o irmão e o pai da menor. O delegado então solicitou e a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão que foi cumprido nessa quinta na casa da família.
Na ação conjunta das polícias civis dos dois municípios, foram apreendidas carteiras do Coren, do pai e dos filhos, cartões de vacinação e duas carteiras de identidade falsas. Os documentos foram encaminhados para a Polícia Civil de Cachoeira do Sul, para continuidade das investigações e realização de perícia.
Quando a polícia esteve na casa da família, ninguém quis prestar esclarecimentos. Pai e filho deverão responder em liberdade pelo crime de uso de documento público falso, cuja pena varia de 2 a 6 anos de reclusão. Já a menor vai responder a procedimento infracional na Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público. “Ainda não sabemos qual a vinculação deles com Cachoeira do Sul para se vacinarem no município, mas isso também será apurado”, disse o delegado.