Conselho da Petrobras dá aval para reajuste de 10% no óleo diesel
Uma reunião convocada de última hora nesta quinta-feira, feriado de Corpus Christi, pegou de surpresa membros do Conselho de Administração da Petrobras e todo o alto escalão da estatal. O encontro inicialmente era previsto para o dia 29, mas a convocação extraordinária feita pelo presidente do Conselho, Márcio Weber, antecipou a agenda para discutir preços de combustíveis. Entre as definições, o aval para aumento do diesel. O produto deve superar 10% de reajuste na refinaria e o anúncio oficial pode ser feito na sexta-feira, embora o governo tenha pedido à direção para segurar o aumento.
A única forma de evitar a alta, segundo a diretoria, passa pela concessão de subsídio do governo para o produto. Do contrário, a defasagem em relação ao mercado internacional pode ocasionar a falta do produto. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), associação do setor, vê defasagem de 18% e, portanto, os 10% calculados ainda não são considerados suficientes.
Durante a semana o presidente Jair Bolsonaro já vinha ressaltando a iminência de um novo anúncio de aumento. Ele também admitiu dificuldades para fazer mudanças no comando da estatal.
O governo teme que um reajuste anule esforços quanto ao projeto aprovado no Congresso que limita o teto do ICMS em 17% para combustíveis, energia, transporte e comunicação. Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, que estabelece a paridade internacional, fazendo com que o valor acompanhe a cotação internacional do petróleo.
Para o Brasil a referência é o Brent, de Londres, o mais caro. O impasse quanto a reajustes provoca crises na companhia e troca de presidentes. José Coelho, por exemplo, completou 40 dias no cargo quando o governo anunciou o nome de Caio Andrade. A mudança, porém, pode levar 60 dias por conta de regras internas da estatal.