Voluntárias auxiliam desenvolvimento de crianças autistas com aulas de natação gratuitas em Cachoeira

Desde o último dia 07 de junho, o Movimento do Orgulho Autista no Brasil (MOAB) de Cachoeira do Sul ganhou um grande parceiro para o desenvolvimento para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), um grupo de voluntárias que estão realizando aulas semanais na escola Tonho Natação. As professoras de Educação Física Emili Moraes e Miriã Lara, juntamente com a acadêmica do 9º semestre de fisioterapia Franciele Nunes.

Conforme a responsável pelo projeto, Emili, a ideia inicial partiu do coordenador do MOAB, Luciano Leal, a escola Tonho Natação forneceu o espaço gratuitamente para a realização das aulas. “Assim que surgiu o projeto, a Miriã e a Franciele se ofereceram para participar”, destacou.

A natação proporciona a oportunidade ao indivíduo com autismo, de utilizar as suas habilidades por meio da atividade motora, a fim de desenvolver o máximo das suas capacidades físicas e intelectuais. Durante as aulas são desenvolvidas atividades lúdicas e educativas, visando a estimulação motora, o ganho de independência, confiança e a sobrevivência no meio aquático.

“Nós trabalhamos bastante a questão da sobrevivência, até porque crianças com autismo têm uma propensão maior a afogamentos. Trabalhamos a parte sensorial, muitos têm dificuldade até mesmo na hora do banho, em molhar o rosto, coisas que os pais relatam já ter melhorado bastante, principalmente nas turmas baby”, informou Emili.

Disciplina

Conforme Franciele, a evolução é visível na questão social, de interação com outras pessoas, no ganho de independência e autoconfiança dentro d’agua. “São nítidas as evoluções no enfrentamento ao medo de estar em um ambiente diferente com pessoas diferentes. Na questão da disciplina e regras, de saber esperar, saber o que pode e não pode ser feito. Além do fortalecimento motor, melhora da função respiratória e o mais importante o ganho de segurança aquática para a prevenção de riscos”, destacou a acadêmica.

Como a natação pode ajudar?

A natação é uma das atividades físicas que mais desenvolve um trabalho corporal completo, sendo muito indicada por profissionais na hora da reabilitação física.

No caso de crianças com TEA, ela funciona como um possível tratamento complementar, tanto de reabilitação física e mental, como de incorporação em um ambiente social.

Qualidade de vida social

O contato da criança com a piscina, os colegas e com o professor, permite trabalhar aspectos como a afetividade, a autoconfiança e a criatividade. Desenvolvendo-se atividades físicas, psicológicas, de aprendizagem e afetivas, facilitando a reintegração social da criança.

Conquista da independência

Ao apresentar a piscina à criança logo na primeira aula (local de entrada e saída, onde guardar os brinquedos, etc.) essa introdução de organização servirá de norte para que nas próximas atividades ele já esteja mais à vontade.

Assim, a criança irá aprender a se deslocar pela piscina e terá certa independência na água refletindo essa atitude no seu dia-a-dia.

É muito importante reforçar que todo trabalho realizado com a criança autista parte do objetivo de desenvolver ao máximo a percepção de que ela pode ter sua independência e viver com o transtorno, ao mesmo tempo.