Alta abstenção preocupa TRE do Rio Grande do Sul

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul – TRE-RS realizou, na segunda-feira (21), uma avaliação do primeiro turno das eleições municipais, ocorrido no último dia 6 de outubro, nas 497 cidades para a escolha de prefeitos e vereadores.

Em entrevista coletiva, o presidente do TRE-RS, desembargador Voltaire de Lima Moraes, falou sobre a preocupação com a abstenção, destacando que o nosso estado teve o sexto maior índice dentre as unidades da federação, ficando em 23,69 %, atrás de Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Porém, dentre as capitais, Porto Alegre ficou com maior ausência de eleitores, com 31,51 %, a frente de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que ficaram em segundo e terceiro respectivamente.

Também foi realizada uma análise dos efeitos das enchentes de maio nestes índices, sendo Canoas, a terceira maior cidade do estado, a mais afetada com 31,83% de abstenção no primeiro turno.

Já nos municípios do Vale do Taquari, onde as ausências não atingiram número expressivo, destacou-se o intenso trabalho realizado pelo TRE-RS com audiências públicas, e apoio administrativo e de tecnologia da informação, para reduzir os efeitos das cheias no pleito.

Os dados apresentados mostraram que os danos da enchente não são os únicos motivos para a ausência de eleitores nas urnas, uma vez que o estudo mostra que cidades atingidas pela chuva tiveram abstenção menor do que em 2016, já que nas eleições de 2020 o número de votantes foi influenciado pela pandemia, não sendo válido como comparação.

O desembargador Voltaire, destaca que “talvez, em uma projeção preliminar, há pessoas que migraram (após as cheias) para outras cidades, outros Estados. Talvez haja desinteresse ou que estejam mais preocupados em reconstruir suas vidas.”

A longo prazo, o TRE-RS vem trabalhando para diminuir os índices de abstenção. Para 2025 está programado um evento para debater o tema. Serão convidados para analisar a situação profissionais de diferentes áreas, como cientistas políticos, sociólogos, políticos e outros setores da sociedade.