Evento sobre leptospirose reuniu mais de 130 no Sicredi
Profissionais da saúde, representantes de entidades e estudantes participaram na manhã desta segunda-feira (26/06), no Auditório do Sicredi, do encontro promovido pela Secretaria Municipal da Saúde para refletir acerca da disseminação da leptospirose e das ações preventivas que devem ser adotadas pela administração pública e sociedade em geral. Ao todo, a coordenação do evento, através do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), contabilizou 134 inscritos, entre eles os alunos do curso de Magistério do Instituto João Neves da Fontoura e da Escola Técnica Nossa Senhora da Conceição, localizada nas Três Vendas, ambas escolas pactuadas no Programa Saúde na Escola (PSE).
A palestrante do encontro foi a acadêmica de Medicina Veterinária e integrante da equipe do Laboratório de Diagnóstico e Pesquisa em Leptospirose (LabLepto) da UFSM, Clarissa Luciano Barboza, pesquisadora do tema desde 2019 com participação em vários projetos de pesquisa e extensão na área de diagnóstico sorológico e molecular. A leptospirose é um problema de saúde pública mundial, sendo endêmica em grande parte do mundo. Torna-se epidêmica em períodos chuvosos, devido às enchentes associadas a condições inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores infectados. A infecção pela bactéria (espiroqueta) do gênero Leptospira manifesta quadro febril de início abrupto e resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados e as manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves, associados a manifestações fulminantes.
ENCHENTES E A DOENÇA
Na sua fala, a palestrante destacou o fato de as fortes chuvas que estão ocorrendo no Estado do Rio Grande do Sul aumentarem o risco da população em contrair leptospirose, sobretudo aquelas comunidades expostas às enchentes. A pesquisadora destacou que o período de incubação pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após o indivíduo ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto. Os principais sintomas da são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na batata da perna) e calafrios. A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves.
Em Cachoeira do Sul, conforme explica o alerta epidemiológico do DVS, os casos de leptospirose em 2023 foram notificados a partir de fevereiro, tendo o mês de abril a concentração maior de casos suspeitos e confirmados. Até o momento, são nove laudos investigados no município, sendo quatro confirmados e cinco descartados.
COMO PREVENIR
Para evitar a doença, devem ser tomados cuidados de não acumular lixo em casa para evitar a proliferação de ratos, adotar o manuseio e transporte adequado dos resíduos domésticos, evitar amontoados de entulhos e objetos sem uso no quintal. Mas o primordial é evitar contato direto com a água ou lama durante e após a chuva, usar botas e luvas de borracha, equipamentos de proteção evitando contato com a água contaminada. Orienta-se lavar e desinfetar com água sanitária o chão, utensílios domésticos e caixas d água, não jogar lixo nos rios, córregos, praias e bueiros.