Novo leilão de escoamento de arroz é confirmado pelo governo federal
O governo federal anunciou novos leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). O certame ocorrerá na próxima quarta-feira, dia 7 de março, e vai escoar 170 mil toneladas, de arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Para o PEP serão 85 mil toneladas, sendo 70 mil do Rio Grande do Sul e 15 mil de Santa Catarina. Já o Pepro, o edital confirma 85 mil toneladas dos Rio Grande do Sul e 5 mil toneladas de Santa Catarina.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, afirma que o governo federal cumpre com a promessa e vai realizar outro leilão, adequando os volumes à demanda. “Acreditamos que há uma boa expectativa para o próximo leilão em função dos comentários no mercado. Existe um bom andamento para as negociações de Aquisições do Governo Federal (AGF) e podemos ter uma noticia positiva com o governo comprando arroz para seus estoques públicos, no qual considerando que os volumes devem ser adequados para que não venham a pressionar o mercado no futuro”, observa.
Para o dirigente, há grandes possibilidades de adoção de mecanismos como o AGF para reforçar o piso ao mercado e esterelizar maior quantidade de produto e dar outra opção de negócio aos produtores. Dornelles salienta que o leilão passado deu uma contida nos preços e em função da proximidade da colheita o mercado vem testando um piso inferior do que efetivamente vem sendo pago aos produtores. “Acreditamos que alguns operadores não estão conseguindo colocar este piso na medida em que os produtores, sentindo a inviabilidade do negócio, não fazem o faturamento”, destaca.
Sobre o início da colheita do arroz, o presidente da Federarroz explica que há informações de queda de produtividade nas lavouras do Rio Grande do Sul com diferentes regiões registrando diferentes resultados. “Enquanto a Fronteira Oeste está consolidando uma colheita igual em produtividade, a Zona Sul não vem repetindo os mesmos números. Isto é algo que os produtores têm nos relatado. O contexto de forma geral é grave, pois os produtores estão descapitalizados, enfrentando baixos preços e o que menos se esperava é que também se enfrentasse baixa produtividade”.
Dornelles ressalta que a queda de granizo em algumas regiões foi atípica, porque geralmente a incidência climática atinge faixas estreitas de áreas de arroz, mas houve uma faixa larga de granizo e isso deve ceifar a expectativa de produtividade de alguns produtores. “A lavoura que tem uma expectativa de produtividade menor ainda não está madura, o que poderá agravar a queda na produtividade e consolidação de quebra de safra no Rio Grande do Sul”, indica.
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffetive