Censo Agropecuário completa 5 meses de coleta com 93,6% dos estabelecimentos recenseados
5.252.354 inicialmente estimados pelo Instituto. Para o presidente do instituto, Roberto Luis Olinto Ramos, o IBGE atingiu a meta, uma vez que os cerca de 19 mil recenseadores envolvidos na operação censitária visitaram 7,2 milhões de endereços, quase dois milhões a mais que os inicialmente listados, para identificar a existência ou não dos estabelecimentos.
No Rio Grande do Sul, já foram recenseados 358.867 estabelecimentos agropecuários, o que significa 81,1% da estimativa inicial. No entanto, é muito importante considerar que, no caso específico do Estado, tomando em conta a cobertura do território até 28/02 e o que ainda resta ser feito das coletas descentralizadas e especiais, o Estado deverá concluir o trabalho com um número de estabelecimentos razoavelmente inferior aos 442.760 estabelecimentos estimados inicialmente.
Essa diferença ocorre porque o cadastro de endereços vai sendo atualizado na medida em que os recenseadores vão percorrendo o país: eles excluem os endereços que não caracterizaram um estabelecimento agropecuário e incluem outros que foram identificados e que não constavam da lista inicial. “Nosso objetivo inicial foi atingido. Tanto é assim, que o cronograma de divulgação dos primeiros resultados está mantido para o mês de julho”, comemora o presidente.
Coleta continua em áreas afetadas por chuvas e em locais de difícil acesso
Olinto esclarece que ainda não é possível afirmar se houve uma alteração significativa no número de estabelecimentos em relação ao Censo realizado em 2006. “Passamos agora por uma fase de ajuste fino, com a apuração dos dados coletados e a crítica deles. Além disso, a coleta ainda permanece em algumas regiões, especialmente aquelas onde fatores climáticos afetaram seu andamento e nas áreas de difícil acesso, o que já era esperado pelo IBGE”, explica.
A crítica dos dados é um procedimento estatístico pelo qual se verifica se há coerência nas informações coletadas, minimizando-se, com isso, a possibilidade de erro. Portanto, em alguns casos, é preciso voltar ao estabelecimento agropecuário e aplicar novamente o questionário.
Segundo o gerente do Censo Agropecuário, Antonio Florido, as Unidades da Federação mais afetadas pelos fatores climáticos foram o Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Acre, e outros em menor escala, onde as chuvas de verão dificultaram o acesso aos estabelecimentos a serem recenseados.
Há, ainda, as áreas indígenas, cujas visitas ocorrem com a intermediação da Fundação Nacional do Índio (Funai).
“Nosso planejamento já previa que teríamos que utilizar um tempo de coleta além do final de fevereiro, devido a possíveis fatores climáticos. Trabalhamos no período de chuvas em boa parte do Brasil e, além destes possíveis complicadores para trabalho em campo, ainda tínhamos as áreas que sabidamente são de maior dificuldade”, conclui Florido.
Previstos para serem divulgados em julho de 2018, os primeiros resultados do Censo Agro vão mostrar o perfil do produtor rural por sexo, idade, cor ou raça, alfabetização e escolaridade, utilização das terras, efetivos da pecuária, produção animal e vegetal, a forma de obtenção das terras, as práticas agrícolas utilizadas no estabelecimento, entre outros.