Governador debate demandas da diretoria do Cpers/Sindicato e diz que não tem como conceder reajuste algum
O governador Eduardo Leite recebeu, no auditório Paulo Freire, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), a diretoria do Cpers/Sindicato.
Também participaram os secretários Faisal Karam (Educação), Leany Lemos (Planejamento, Orçamento e Gestão) e Marco Aurelio Cardoso (Fazenda), os chefes da Casa Civil, Otomar Vivian, e da Casa Militar, coronel Júlio César Rocha Lopes, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
Em conversas anteriores, foi acordado que o governador Eduardo Leite receberia o sindicato para que a categoria pudesse apresentar as principais demandas. De acordo com a presidente do Cpers, Helenir Schürer, as duas pautas prioritárias são a reposição salarial das perdas inflacionárias e a abertura de novos concursos públicos.
“Entendemos que uma mesa de negociação está sendo instalada, com a participação dos secretários, e isso faz com que tenhamos todos os elementos para discutir a questão seriamente”, comenta Helenir.
A presidente também entregou um documento solicitando que o valor do vale-refeição repassado à categoria não seja estornado da folha de pagamento. O pedido também foi feito à gestão passada, em janeiro de 2015.
O governador se mostrou sensibilizado com as dificuldades expostas pela presidente, mas explicou que, devido à situação financeira crítica do Estado, não é possível falar em aumento salarial.
“Não termos essa possibilidade de reposição salarial não significa menor disposição ao debate. A demanda é legítima e justa, mas o foco do governo está em conseguir equilíbrio para voltar a pagar os salários dos servidores em dia, e acreditamos fortemente que isso será feito até o final do ano. Esse é nosso principal compromisso para este ano”, explicou Leite.
O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, trouxe números para detalhar o tamanho da dificuldade do RS. “Hoje, podemos dizer que 85% do orçamento estadual está destinado à folha de pagamento dos servidores”, informou.
As medidas que estão sendo tomadas, como a renegociação da dívida com a União e o adiamento do pagamento de precatórios, permitem que o atraso no repasse dos salários dos servidores seja menor.
Leite lembrou que essa primeira reunião, da qual participou, não significa que a negociação esteja esgotada. “Estamos inaugurando o processo de conversa. Estamos aqui para encontrar motivação para a categoria, mas é evidente que isso esbarra nas questões matemáticas”, ponderou o governador.
Leite afirmou que, embora a reposição solicitada, de 28,8%, seja impossível, o governo está aberto ao convencimento. “A conversa foi muito republicana. Nos abrimos ao diálogo, e queremos que o outro lado também esteja aberto”, destacou.
Nova reunião com a categoria foi marcada para o dia 13 de maio, desta vez, sem a presença do governador. No período, o impacto do pedido que envolve o vale-refeição será estudado pelas pastas envolvidas.