Câmara adia mais uma vez votação de mudança no Imposto de Renda e prejudica população

A Câmara dos Deputados adiou, terça-feira, com 390 votos a favor e 99 contra, a análise e votação do Projeto de Lei 2.337/2021, que altera o imposto de renda cobrado de pessoas físicas, jurídicas e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

O adiamento da sessão contrariou diretamente a previsão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de votar o texto nesta terça. A medida, que já havia tido a votação adiada na semana passada, é uma das prioridades do líder do Congresso.

Dessa forma, o relator da proposta, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), vai precisar aperfeiçoar o parecer do projeto de lei – outra vez – para nova apresentação.

Entre as principais mudanças do relatório atual, que acabou não sendo discutido, está a mudança da faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), que passa de R$ 1.903,98 para R$ 2,5 mil mensais, reajuste de 31,3%. O mesmo índice é proposto para reajustar a parcela de imposto dos aposentados com 65 anos ou mais.

Para empresas com lucro de até R$ 20 mil por mês, a alíquota vai ser reduzida dos atuais 15% para 5% no primeiro ano e 2,5% no segundo ano. Já a taxação do IR para empresas com lucro acima de R$ 20 mil, cai dos 25% para 12,5%.

Em relação à tributação de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a pessoas físicas ou jurídicas, o projeto propõe a tributação na fonte em 20%, inclusive para os domiciliados no exterior e em relação a qualquer tipo de ação.

Caso aprovada pelo Senado e sancionada na forma em que está, todas as medidas da proposta terão efeito a partir de 1º de janeiro de 2022.

A aprovação do Projeto de Lei 2.337/2021 representa a segunda fase da reforma tributária. A primeira, discutida no PL 3887/2020, prevê a união do PIS e Cofins em um só imposto: a CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços), com alíquota sugerida de 12%.