Boletim da Receita Estadual aponta desempenho positivo da atividade econômica e da arrecadação de ICMS em agosto
Os principais indicadores econômico-fiscais seguem demonstrando a consolidação do movimento de retomada da atividade econômica do Rio Grande do Sul. O desempenho positivo obtido em agosto é destaque da 43ª edição do boletim sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS, publicado nesta terça-feira (14/9) pela Receita Estadual. A publicação, que já está disponível no Receita Dados, portal de transparência da instituição, considera a variação frente a períodos equivalentes do ano anterior.
A arrecadação de ICMS apontou o 13º mês consecutivo de variações reais positivas. Em agosto de 2021, o resultado de R$ 3,79 bilhões foi 14,6% (R$ 482 milhões) superior a agosto de 2020, período que representou o primeiro mês com variação positiva após o início da pandemia em março do ano passado. Com isso, a arrecadação acumulada em 2021 é de R$ 29,22 bilhões, um aumento de R$ 4,81 bilhões em relação ao período equivalente anterior (19,7%), refletindo, além da retomada da economia, uma série de medidas que vêm sendo implementadas pelo fisco gaúcho para modernização e melhoria do ambiente de negócios. Na visão dos últimos 12 meses, a arrecadação total é de R$ 45,14 bilhões – um ganho real de R$ 6,18 bilhões (+15,9%) frente aos 12 meses imediatamente anteriores.
A emissão de Notas Eletrônicas (Nota Fiscal Eletrônica + Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica) registrou variação positiva pelo 15º mês consecutivo frente a períodos equivalentes do ano anterior. O resultado em agosto foi de 31,6%, sendo o quinto melhor resultado desde o início das análises. O pior resultado do indicador ocorreu em abril de 2020 (-16,7%). No acumulado do período da crise (16 de março de 2020 a 31 de agosto de 2021), o indicador agora acumula ganho de 14,6%.
Na análise das vendas por atividade, a Indústria, o Atacado e o Varejo registraram variações positivas ao longo do mês (frente a agosto de 2020). Esse é o nono mês consecutivo em que as três atividades têm desempenho positivo de forma simultânea. Os desempenhos de agosto foram, respectivamente, de 27,5%, 48,6% e 21,1%. Com isso, os indicadores acumulados desde o início das medidas de quarentena agora são de 18,9%, 15% e 6,7%.
Os indicadores de transporte de cargas e de passageiros também desempenharam bem no mês. O transporte de cargas apresentou variação de médio prazo (28 dias) de +33,7% em média em agosto de 2021. Em abril de 2020, essa variação chegou a ser de -26,9%. O transporte de passageiros registrou evolução na emissão de Bilhetes de Passagem Eletrônicos (BP-e) acumulada nos últimos 28 dias. A média mensal passou de 1,38 milhão em julho para 1,46 milhão em agosto. A atividade, contudo, segue longe da realidade pré-pandemia (2,8 milhões).
Indústria
A Indústria, pelo 15º mês consecutivo de variações positivas, computou uma variação de 27,5% em agosto de 2021. As áreas Metalmecânica (31,7%), Insumos Agropecuários (61%) e Agroindústria (13,9%) foram as principais responsáveis pela influência no resultado expressivo da atividade, seguidas pela área de indústria de Combustíveis e Biocombustíveis (74,9%).
Diferente do que ocorreu em abril e maio, as variações de julho e de agosto de 2021 foram feitas em relação a períodos cuja variação total na atividade industrial já mostrava sinais de recuperação (em agosto de 2020 a variação interanual foi de 8,4%). O resultado positivo na indústria foi intensificado por uma combinação de pressão de preços nas empresas, potencializada pelo aumento no preço de commodities e pela desvalorização cambial. Também ressalta o resultado positivo na indústria a correção pelo IPCA – índice que não reflete a alta de preços concentrada na cadeia produtiva. Dentre os setores industriais selecionados para análise, apenas dois não performaram positivamente em relação a agosto de 2021.
Atacado
O Atacado apresentou variação mensal em agosto na ordem de 48,6% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, após ter apresentado ganhos de 34,4% em julho e 38,5% em junho. Esse é o segundo melhor desempenho mensal desde o início da pandemia. As principais influências positivas para a performance do indicador foram os desempenhos dos atacadistas da área de Alimentos (100,2%), e Insumos Agropecuários (32,6%) especialmente em decorrência do aumento nas operações com soja, agrotóxicos e fertilizantes.
Varejo
O Varejo registrou indicador interanual positivo de 21,1% no mês de agosto de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. É o 13º mês consecutivo sem apresentar variação negativa para a atividade. Em agosto de 2020, mês utilizado como base comparativa, a atividade varejista já apresentava sinais de recuperação (1,1%), portanto a variação positiva deste mês foi computada em relação a um período sem perdas na atividade. Os setores cuja variação positiva teve maior peso no impacto da atividade Varejista foram de Outros Varejos (55,9%) e Combustíveis (37,2%).
Na visão das vendas no varejo por localidade do Estado, considerando os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Corede), o destaque positivo é a região das Hortênsias, que registrou variação de médio prazo (28 dias) de 52,3%. Além disso, das 28 regiões, nenhuma apresentou variação negativa para o curto (14 dias) ou médio prazo (28 dias).