Anvisa revoga autorização de coquetel de anticorpos contra Covid-19

A Diretoria Colegiada da Anvisa revogou, nesta sexta-feira (4), a autorização que havia concedido ao uso emergencial de um coquetel de anticorpos (banlanivimabe e o etesevimabe) para tratamento da Covid-19, da empresa Eli Lilly

O coquetel havia recebido autorização da Anvisa para uso emergencial em 13 de maio de 2021.

De acordo com a agência, a autorização foi suspensa após a solicitação para que a empresa apresentasse dados de eficácia dos medicamentos contra a variante Ômicron. No entanto, o laboratório não os apresentou e solicitou a revogação da autorização.

No momento, ainda está autorizado o uso dos estoques remanescentes dos anticorpos para pesquisa clínica ou que foram importantes antes da revogação “exclusivamente para os pacientes contaminados com variantes do Sars-CoV-2 sabidamente suscetíveis a esses medicamentos e sob avaliação médica”.

É importante destacar que, segundo a plataforma Our World In Data, a variante Ômicron já é responsável por 96,46% das amostras do novo coronavírus sequenciadas no Brasil.

Neste contexto, as vacinas ainda são a arma mais importante, como destaca Meiruze Freitas, diretora relatora da Anvisa: “Até o momento, mesmo no contexto da circulação da variante Ômicron, as vacinas continuam a oferecer proteção considerável contra óbitos, hospitalização e o desenvolvimento da Covid-19 nas formas graves, especialmente após uma dose de reforço”.

Como era o tratamento aprovado

A indicação da Anvisa — agora revogada — era para o tratamento da Covid-19, nas formas leve e moderada, em adultos e crianças com 12 anos ou mais e pelo menos 40 quilos. Esses pacientes deveriam apresentar ainda alto risco de progressão da doença para a forma grave ou que pudesse levar à necessidade de internação.

Tanto o banlanivimabe quanto o etesevimabe são anticorpos monoclonais de imunoblobulina G-1 humana (conhecidos como IgG1) e foram desenvolvidos por uma linhagem de células do ováriod e hamster chinês para neutralizar a proteína spike do Sars-CoV-2.

O mecanismo de ação desses anticorpos bloqueia a ligação dessa proteína aos receptores humanos da enzima conversora da angiotensina 2 (ECA2), evitando assim, a entrada subsequente do vírus nas células humanas e a sua replicação

 

 

fonte CNN/Brasil