Comunidade de Cachoeira opinou nas miniconferências e definiu prioridades na saúde mental
Autoridades e servidores que atuam na saúde pública e junto aos serviços especializados de saúde mental de Cachoeira do Sul reuniram-se a representantes de entidades comunitárias e contribuintes interessados pelo tema para debater o rumo da política do setor a partir de 2022. Duas miniconferências para ouvir profissionais e interessados pelo segmento foram promovidas, a última delas na quinta-feira (03/02), na sede do Siprom, com a intenção de formatar o rumo das ações e formatá-las durante a 3ª Conferência Municipal de Saúde Mental, marcada para os próximos dias 8 e 9 de março. As propostas registradas nesta quinta-feira somaram-se às sugestões que já haviam sido anotadas na mesa de debates dirigida aos moradores da zona norte da cidade, dia 31 de janeiro, na dependências da Igreja Evangélica Luterana do Brasil Cristo Redentor (Avenida Brasil, 955). O Conselho Municipal de Saúde, promotor da conferência municipal, já reuniu as principais propostas surgidas a partir da interação social e cumprirá seu papel de lutar pela implementação destas ideias, a partir do fórum municipal, com o apoio da Prefeitura Municipal e Secretaria Municipal da Saúde.
SUGESTÕES JÁ REGISTRADAS PELA COMISSÃO QUE SEGUEM PARA A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA SAÚDE MENTAL, EM MARÇO
* Oportunizar capacitação e matriciamento (processo de construção compartilhada) envolvendo as equipes de saúde, a fim de que estas estejam mais qualificadas e comprometidas com a escuta resolutiva e, sobretudo, com o acolhimento.
* Neste processo de capacitação, municiar as equipes com material de apoio e fomentar reflexão e debates acerca dos muitos aspectos que norteiam a saúde mental.
* A partir da capacitação dos profissionais, prospectar um ambiente de tratamento que transcenda as paredes das unidades, tendo nas práticas esportivas importantes aliadas (convênios/parcerias com empresas e escolas do segmento).
* Investir e estimular os recursos humanos em direção à integralidade entre rede de atenção básica e unidades de saúde mental.
* Ter na política de redução de danos um grande aliado do programa de qualificação da saúde mental – ambos caminham juntos. Neste aspecto em especial, equipes extra-muros integradas por psicólogos que acompanhem atendimentos itinerantes, no acompanhamento dos pacientes moradores de rua e na captação de novos pacientes a serem credenciados ao serviço. O serviço indo até o paciente dos CAPS, cujo perfil é diferenciado no que diz respeito à organização pessoal e motivação espontânea para a procura da ajuda que precisa.
* Em se tratando de uma questão multidisciplinar e social, estreitamente relacionada à cultura familiar, é imprescindível envolver pais, familiares e professores nas políticas da saúde mental – dentro e fora da escola.
* CMS, entidades representativas e apoiadoras, assim como as unidades especializadas de saúde mental estarem embuídas na fiscalização dos recursos públicos da área da saúde.
* O crescimento da incidência de suicídios e tentativas entre adolescentes, servidores da saúde e população em geral, mantendo as perspectivas de um boom de ansiedade e depressão motivados pela pandemia do coronavírus e suas muitas implicações sociais.
* Cuidar, antes de mais nada, da saúde mental de quem vai tratar desses doentes, pois é confirmado estatísticamente que em mais de dois anos de pandemia os profissionais de saúde, além de cansados e até por isso, estão adoecendo. O sofrimento psíquico é uma realidade no contexto municipal e temos acompanhado os números de depressão e até maior incidência de suicídios e tentativas entre os profissionais da saúde, área administrativa e servidores do magistério dentro do funcionalismo municipal.