Acidentes nas rodovias federais em 2021 custaram R$ 12 bi
O número de acidentes em rodovias federais aumentou 1,58% em 2021, em comparação com o ano anterior, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte). O balanço divulgado mostra um total de 64.452 ocorrências no ano passado, contra 63.447 em 2020. Segundo a entidade, o custo estimado dos acidentes nas BRs no ano passado foi de R$ 12,19 bilhões.
A quantidade de mortes nas estradas também aumentou, passando de 5.287 para 5.391 (crescimento de 1,96%). Ao todo, os acidentes nas estradas federais contabilizaram 52.762 vítimas em 2021. Em 2020, foram 51.865 pessoas entre mortos e feridos (alta de 1,72%).
Os dados fazem parte do Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários, que reúne informações sobre acidentes nas rodovias federais entre 2007 e 2021. O balanço é compilado pela confederação a partir de registros da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
O painel aponta que o tipo mais frequente de acidente com vítimas foi a colisão, que deixou 31.796 mortos ou feridos – 60,2% do total. Foram registradas 3.306 mortes em batidas nas estradas federais (61,5% dos óbitos em acidentes). O segundo tipo de ocorrência nas rodovias federais em que mais pessoas perderam a vida foi atropelamento, com 949 casos (17,6% do total de óbitos nas BRs). Nessa situação, foram 3.653 vítimas, quando incluídos também os feridos.
O número de vítimas em situações quando o carro saiu da pista foi de 8.211 em 2021. Nesse tipo de ocorrência, morreram 669 pessoas. Capotagens e tombamentos contabilizaram 6.317 feridos, sendo 354 mortos.
Mortes nas BRs
Das 5.391 pessoas que perderam a vida em acidentes nas estradas federais em 2021, 2.324 estavam em automóveis de passeio (43,1% do total). Em 30,7% dos casos (1.656), a vítima estava em uma motocicleta. Foram 859 mortos em caminhões (15,9%), 208 em bicicletas (3,9%) e 170 em ônibus (3,2). Em 173 casos (3,%) a vítima estava em outro tipo de veículo e houve um caso sem essa informação.
Entre os que perderam a vida nas estradas federais, 82,2% eram homens – 4.431. Em 944 casos, a vítima era mulher. Em 16 situações não foi informado o sexo da pessoa.
Em relação à faixa etária, 1.821 pessoas tinham mais de 45 anos (33,8%). Foram 1.163 mortes entre 36 e 45 anos (21,6%), 1.121 casos entre 26 e 35 anos (20,8%), 738 entre 18 e 25 anos (13,7%), 90 entre 13 e 17 anos (1,7%) e 114 até 12 anos (2,1%) . Não há informação sobre a idade de 344 das vítimas (6,4%).
Região Sul apresenta maior alta
O Sul foi a região com maior aumento no número de acidentes no país em 2021. As ocorrências cresceram 6,4% na comparação com 2020, passando de 18.561 para 19.744. Com isso, a região ultrapassou o Sudeste em quantidade absoluta de acidentes.
Os três estados do Sul apresentaram alta. Em Santa Catarina, foram 7.881 acidentes em 2021, contra 7.217 no período anterior, um aumento de 9,2%. No Paraná, foram 7.326 ocorrências no ano passado, número 2,2% maior do que os 7.168 casos de 2020. O Rio Grande do Sul fechou 2021 com 4.537 acidentes – alta de 8,6% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 4.176 casos.
No Sudeste, houve crescimento de 2,8% no total de ocorrências, sendo que o número de casos teve elevação em dois estados. Rio de Janeiro, com 4.562 acidentes, apresentou a maior alta em 2020 – 8,1% em relação aos 4.222 casos no ano anterior. Em São Paulo também houve aumento no número de acidentes. O estado registrou 4.300 ocorrências no ano passado, contra 4.040 no período anterior (+6,4%).
As outras regiões apresentaram queda no número de acidentes. Outros cinco estados tiveram alta nas ocorrências. No Amapá, os casos subiram de 155 para 170 (+9,7%). Em Roraima, o número passou de 250 para 267 (+6,8%). Também tiveram mais acidentes em 2021 os estados do Mato Grosso do Sul (1.640 em 2021 e 1.539 em 2020 – alta de 6,6%), Paraíba (1.401 em 2021 e 1.440 em 2020 – alta de 2,8%) e Rio Grande do Norte (1.333 em 2021 e 1.334 em 2020 – 0,1% a mais).
Acidentes com vítimas
O Mato Grosso do Sul foi o estado com o maior aumento percentual no número de acidentes com vítimas em 2021, em relação ao ano anterior. De acordo com o painel da CNT, houve alta de 12% – de 1.203 para 1.347 casos. O quadro fez com que o Centro-Oeste tivesse alta de 0,37% no período, mesmo que Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal tenham registrado queda nas ocorrências.
Os três estados do Sul tiveram aumento nesse quesito. Em Santa Catarina, o número passou de 6.031 para 6.611 (+9,6%). O Rio Grande do Sul teve 3.562 acidentes com vítimas em 2021, contra 3.349 no ano anterior, uma elevação de 6,4%. No Paraná, o número subiu de 5.698 para 5.774 – alta de 1,7%.
No Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram alta nos casos em que houve vítimas. Nas estradas flumineses, foram 3.688 no ano passado, contra 6.454 em 2020, aumento de 6,8%. Nas BRs paulista, o número passou de 3.270, em 2020, para 3.489, em 2021 (+6,7%).
O Amapá foi o único estado do Norte do país com elevação nas ocorrências do tipo. A alta de 10,2% (de 127 para 140 acidentes), foi responsável pela elevação de 1,7% da região no quadro geral.
No Nordeste houve queda no geral (-1,7%), mas três estados registraram números maiores em 2021. Em Pernambuco, o número passou de 2.006 para 2.058, os mesmos 2,6% de aumento apresentados pelo Rio Grande do Norte – onde os acidentes com vítimas passaram de 1.073 paa 1.101. Na Paraíba, a alta foi de 2,1% (de 1.129 para 1.153).