Menino de 11 anos acenderá a Chama Crioula no RS
Um menino negro será o principal personagem da cerimônia de acendimento da Chama Crioula, que acontece na sexta-feira (12), no Parque Turístico Nossa Senhora da Conceição, em Canguçu, no Sul do estado.
O vice-presidente de Cavalgadas do MTG, Ildo Wagner, prevê a presença de 50 comitivas do Rio Grande do Sul e três de Santa Catarina que estarão na cidade para buscar a centelha, cuja distribuição será no sábado (13). O evento marca o início das comemorações da Semana Farroupilha no estado.
Personagem de um espetáculo montado pelo diretor Rinaldo Souto, João Pedro Coelho, 11 anos (foto), faz parte do CTG Tropeiros da Amizade, de Canguçu, e foi escolhido para acender a centelha, marco da celebração. Ele simboliza a saga dos Lanceiros Negros, soldados da Guerra dos Farrapos, cuja trajetória será contada no espetáculo “Liberdade pelas asas do Gavião”.
“O espetáculo conta a história de Joaquim Teixeira Nunes, líder dos Lanceiros, conhecido como Gavião. Ele era um líder, estava sempre ao lado dos seus comandados, acampava com eles, não tinha diferença. Isso fez com que os lanceiros estivessem com ele inclusive na hora da sua morte. Assim, trazemos através do João Pedro toda a representatividade daqueles homens que Joaquim comandou”, explica Souto.
A cerimônia está relacionada ao tema dos Festejos Farroupilhas desse ano, que trata das etnias que formam o gaúcho. Mas, conforme o diretor, tudo não passou de coincidência, uma vez que o roteiro da peça foi escrito em 2019.
Único no mundo, o ritual da Chama Crioula relembra o fogo com origem na Semana da Pátria, incorporado pelo Grupo dos Oito para simbolizar a fundação do 35º CTG, o primeiro centro de tradições gaúchas do Rio Grande do Sul em 1947. Desde então, a devoção a este símbolo só cresceu.
Depois de aceso e distribuído aos grupos de cavalgadas em Canguçu, o fogo será levado às cidades-polo, onde haverá cerimônias regionais de distribuição a todos os demais 497 municípios do estado.
A estimativa do MTG é que, no final, mais de 300 cavalgadas de condução do fogo aconteçam até setembro, em todo estado e em Santa Catarina. A mais longa, até Joinville, terá mais de 900 quilômetros.