Safra gaúcha de azeites de oliva bate recorde e registra mais de 580 mil litros em 2022/2023
A produção de azeites da safra 2022/2023 do Rio Grande do Sul foi de 580,228 mil litros, um aumento de 29% em relação ao período anterior. Este índice também foi registrado no crescimento do número de fábricas que, hoje, está em 22, aumento de 100%. Os dados foram anunciados nesta segunda-feira (3/7) pelo Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) e pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
O Estado plantou uma área de 6,2 mil hectares de oliveiras em 110 municípios, sendo que os maiores produtores nesta safra são de Pinheiro Machado, Canguçu, Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Dom Feliciano, Bagé, Santana do Livramento, São Gabriel e Viamão. O Rio Grande do Sul possui 340 produtores e 4,3 mil hectares de áreas em idade produtiva (quatro anos ou mais). Já o número de marcas gaúchas de azeite está em 93, um aumento de 32% na comparação com a safra 2021/2022.
O secretário da Agricultura, Giovani Feltes, destacou que a produção de azeite está chegando em um estágio de escala industrial, e a abertura de mercados é essencial. “Hoje temos uma área de 4,3 mil hectares em idade produtiva, mas temos cerca de 6,2 mil hectares plantados. Isso nos dá garantia que chegaremos a ter, nos próximos anos, aproximadamente 900 mil litros de azeite produzidos. E temos que achar mercado para isso”, afirmou.
Segundo o coordenador da Câmara Setorial da Olivicultura da Seapi, Paulo Lipp, pode-se considerar uma boa safra das oliveiras este ano. “Os 29% de aumento na produção de azeites em relação ao ano passado deve-se em parte à entrada de áreas novas em produção e aos acertos de tecnologia para as nossas condições de clima e solo que os produtores e técnicos vêm aplicando. Também demonstra a característica natural das oliveiras de suportar prolongados déficits hídricos como o causado pela estiagem do último verão”, destacou.
O presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, afirmou que o Paralelo 30 cruza o Estado, comprovado como ideal para a produção de oliveiras. “O Rio Grande do Sul atravessa secas constantemente e mesmo assim os números são surpreendentes. Tivemos um aumento de 100% nos lagares, e isso é um crescimento incrível”, celebrou o dirigente.
Ele disse, contudo, que um dos desafios dos produtores gaúchos é o combate aos azeites falsificados e àqueles estrangeiros que chegam com defeitos. “Esses não são extravirgem. Possuem defeitos, e azeite com defeito é virgem. O azeite de oliva é o segundo produto mais falsificado no mundo”, pontuou Fernandes, ressaltando o trabalho de fiscalização que tem sido feito, como os da recente operação Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Além disso, Fernandes falou sobre necessitar de apoio para escoar safras.
Por sua vez, o vice-presidente da entidade, Flávio Obino Filho, enfatizou que é importante conseguir explicar para o público a diferença entre o azeite produzido no Rio Grande do Sul e o de prateleira. “O azeite que é produzido na Europa às vezes nem virgem é, é de segunda categoria, e nós compramos no Brasil como se fosse o melhor”, lastimou. O dirigente disse que “já mostramos para o mundo que temos qualidade, mas precisamos mostrar em casa. As medalhas que os azeites estão ganhando lá fora são fundamentais, mas para nós a mais importante é a do Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS”.