Publicação da Secretaria da Agricultura auxilia o reconhecimento de abelhas sem ferrão do RS
O trabalho de uma vida toda, exatos 33 anos”, é como a bióloga e pesquisadora Sidia Witter define o “Guia de reconhecimento de abelhas sem ferrão do RS”. A publicação, coordenada por ela, foi lançada recentemente pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (Seapi). Segundo Sidia, a ideia é disponibilizar um instrumento que facilite o reconhecimento das espécies de abelhas sem ferrão do Rio Grande do Sul pelos órgãos fiscalizadores, técnicos, extensionistas, meliponicultores, estudantes e outros atores envolvidos com a atividade da meliponicultura no Estado.
“Espera-se que esse guia ilustrativo, que teve apoio do Ministério Público do RS e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag- RS), possa ajudar no reconhecimento de abelhas nativas do Rio Grande do Sul, incentivando a meliponicultura regional e a conservação da biodiversidade”, explica Sidia.
A pesquisadora esclarece que a criação e o manejo de abelhas sem ferrão ou meliponíneos, denominada meliponicultura, é uma atividade em expansão. “Além das razões econômicas (principalmente produção de mel, enxames e serviços de polinização), a atividade surge no cenário atual como uma contribuição para a preservação e o uso sustentável dos recursos naturais”, comenta.
“Assim, conhecer a identidade taxonômica de abelhas sem ferrão é importante para a conservação das espécies e para o incentivo à meliponicultura regional, além de ser fundamental para viabilizar o trabalho dos órgãos fiscalizadores”, diz Sidia. “Entretanto, a identificação dessas espécies nem sempre é uma tarefa fácil, pois envolve análise microscópica e a necessidade de taxonomistas, que são especialistas em identificação”.
De acordo com a bióloga, a proposta foi construída a partir de informações baseadas em características visuais das abelhas e dos seus ninhos, especialmente com relação à entrada do ninho, visto que é um indicativo de reconhecimento da espécie.
“Para cada espécie de abelha sem ferrão de ocorrência no Rio Grande do Sul, foi elaborado um mapa de distribuição geográfica e gerado um QR Code com informações adicionais (artigo científico, vídeo ou outra referência pertinente), que aparecerá na página de descrição da espécie”, destaca Sidia. “Também é disponibilizado o capítulo ‘Diferenciando espécies semelhantes’, preparado para distinção entre espécies, ou semelhantes morfologicamente, ou com mesmo nome popular, que podem usualmente causar equívocos na identificação”, finaliza Sidia.
O Guia está disponível de forma gratuita em dois formatos: em alta e baixa resolução. Em alta resolução pode ser acessado aqui. Em baixa em Guia de reconhecimento de abelhas sem ferrão do Rio Grande do Sul