Associação de Amigos da Fazenda Tafona irá recuperar painel na entrada de Cachoeira
Patrimônio histórico e cultural de Cachoeira do Sul, o painel na entrada da cidade que traz a inscrição “Sinta-se feliz na Capital do Arroz”, que há 1 ano e meio encontra-se escorado por madeira, será totalmente recuperado pela Associação Amigos da Fazenda da Tafona. A informação foi dada pela Presidente da Associação Marô Vieira da Cunha Silva. Conforme ela, um projeto que engloba a recuperação do painel e também palestras sobre preservação cultural no valor de R$ 80 mil reais foi aprovado através da Lei Paulo Gustavo no Estado. Nos próximos dias o recurso será liberado e as obras de escoramento do terreno e posterior do painel serão coordenadas pelo Estúdio de Toninho Sarasá Conservação e Restauro, que já fez o restauro do Chateau D’Eau e atualmente realiza no Palácio Piratini
O painel que foi construído em 1970 está fixado na Rua Virgílio de Abreu esquina com Avenida João Neves.
A história do painel
– A ideia de criar o painel partiu do professor Cláudio Afonso Martins Costa com apoio da diretora da Escola Superior de Artes Santa Cecília para as estudantes do curso de Artes Plásticas. A escola funcionava onde hoje está a Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha.
– A ideia não era apenas criar o desenho, mas também executar em barro, em medidas correlatadas com as que ele teria no local definitivo: 7 metros de comprimento por 3 de altura. Ele seria posteriormente moldado em barro e finalizado em cimento. O tema deveria ser “Nossa cidade”.
– O prazo para entrega do trabalho na prancheta foi de um mês.
– O projeto de Mafalda Roso foi o vencedor. O segundo lugar foi de Maria Lúcia Mór, a Ucha.
– O projeto de Mafalda apresentava um homem (como centro de domínio da cena), uma engrenagem (na época representando o Mernak, que era uma indústria forte da década de 60), uma cabeça de boi, arroz, trigo, telhados e chaminés. Além disso traz a frase “Sinta-se feliz na Capital do Arroz.
– Todas as colegas participaram da modelagem do painel, feito em uma prancheta única, em madeira, com escadas sobrepostas para que as alunas pudessem ter acesso a todas as partes do painel.
– Foram usados entre 6 e 7 toneladas de barro, providenciado pela Olaria Kipper.
– As alunas tinham aula normalmente durante o dia e se dedicavam a modelagem à noite entre 18h até 23h. No período de férias era o dia inteiro.
– O modelo para escultura de corpo da figura humana foi Itamar Saraiva, que na época era o namorado (hoje esposo) de Giceli Saraiva. Ele foi indicado por Erwino Wilheln, proprietário da Casa Augusto Wilheln (patrocinadora da iniciativa). Itamar era funcionário da empresa.
– A cabeça da escultura foi feita pelo renomado artista plástico da época, Fernando Corona, trabalho que demorou todo um sábado e mais a manhã de um domingo.
– Para ser levado para o local onde está hoje o painel foi dividido em placas que não ultrapassavam de 70 centímetros. As peças foram cortadas com tiras de alumínio. Foram ao todo 96 peças. Cada uma delas tinha um número para ser montada depois como um quebra-cabeça.
– O trabalho de Mafalda Roso foi homenageado com o troféu “Assembleia Legislativa, que foi entregue pelo presidente Otávio Germano.