Dados sobre trabalho formal no Estado mostram estabilidade no quarto trimestre de 2023
O quarto trimestre de 2023, de modo geral, demonstrou desaquecimento do processo de melhora de alguns dos principais indicadores do mercado de trabalho do Rio Grande do Sul, assim como de Santa Catarina e do Paraná. A taxa de desocupação, permaneceu estável no Estado (5,2%).
O nível de ocupação, na comparação interanual dos indicadores, ficou estável no RS (62,4%) e nos outros Estados da região Sul, enquanto em São Paulo e no âmbito nacional, foram registradas variações positivas.
A taxa de informalidade, no quarto trimestre de 2023, também apresentou estabilidade no Estado (32,1%), assim como no Paraná, em São Paulo e no plano nacional. Em Santa Catarina, porém, a taxa se elevou.
Considerando o ano de 2023, o mercado formal gaúcho teve a menor expansão (1,8%) na comparação com as outras 26 Unidades Federativas. Em São Paulo e no âmbito nacional, o processo se mostrou mais positivo.
Estes e outros dados são apresentados no Boletim de Trabalho divulgado nesta terça-feira (19/3). A publicação trimestral do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), contempla, além do desempenho do mercado de trabalho, seções específicas sobre o emprego formal e a estrutura etária da força de trabalho e a desocupação no Rio Grande do Sul.
A autoria do boletim é dos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), base estatística produzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Mercado de trabalho
Durante o ano de 2021, a incidência de desocupação de longo prazo havia se ampliado de forma expressiva e, de 2022 até o terceiro trimestre de 2023, o indicador foi reduzido. No quarto trimestre de 2023, na margem, a desocupação de longo prazo, no Estado, se elevou de 21,8% para 27,8%. No país, ficou estável, em 33,6%. Na comparação com o ano anterior, a taxa do quarto trimestre de 2023 registrou queda de 0,4 ponto percentual.
Outro indicador da força de trabalho, a taxa combinada de desocupação e de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas, se manteve estável no Rio Grande do Sul, com 8,9% no quarto trimestre de 2023. Na comparação com o ano anterior, o índice permaneceu estável também nos demais estados da Região Sul, ao passo que em São Paulo e no país, ele apresentou reduções, de 1,2 e de 0,6 ponto percentual respectivamente.
O boletim também aponta que o rendimento médio real habitual dos ocupados, na comparação do quarto trimestre de 2023 com o mesmo período do ano anterior, registrou estabilidade no Rio Grande do Sul (R$ 3.335), no Paraná e em São Paulo, enquanto em Santa Catarina e no país houve variações positivas.
Mercado formal
No ano passado, o Estado registrou 47,4 mil vínculos formais de trabalho adicionais. A área de serviços respondeu por 92% do resultado, expandindo em 4% o estoque de trabalhadores. O comércio apresentou desempenho positivo de 1,9%, ao passo que construção e indústria obtiveram índices negativos de 1,3% e 1% em 2023, respectivamente.
Dos 24 segmentos da indústria de transformação, o sinal foi negativo em onze deles. Os setores coureiro-calçadista e de máquinas e equipamentos foram os que mais eliminaram postos de trabalho. No intervalo expandido de 36 meses, a indústria perde participação na estrutura setorial do mercado formal de trabalho gaúcho, em favor, sobretudo, dos serviços.
Outro aspecto destacado pelo documento do DEE/SPGG é que, no saldo dos empregos de 2023, o número de vagas ocupadas por mulheres superou em 3,6 mil o dos homens. Foram 25,5 mil e 21,9 mil, respectivamente, o que conferiu às mulheres uma fatia de 53,8% dos vínculos adicionais de trabalho gerados no ano. Nos dois anos anteriores, havia sido registrado predomínio feminino no acesso aos postos, mas, no último, a vantagem é a mais elevada percentualmente.
Com relação à idade dos trabalhadores do RS, o boletim verificou que nos últimos três anos é acentuado o recrutamento de jovens, com aprofundamento da tendência em 2023. Considerando indivíduos com menos de 18 anos, os saldos equivalem a 20% dos vínculos de trabalhos criados no RS em 2021; 26,7%, no ano seguinte; e 55,1%, em 2023. Em contraponto, as quatro faixas etárias a partir dos 30 anos de idade computaram mais desligamentos do que admissões.
Quanto ao desempenho do Estado dividido nas nove Regiões Funcionais (RFs) para fins de planejamento, todas registraram elevação de empregos formais. Entretanto, houve dispersão acentuada dos percentuais de crescimento, que se distribuíram entre 0,6%, na Região Funcional dos Vales, e 3,9%, na Região Funcional Norte.