Morre líder político Volny Figueiró aos 83 anos

Morreu neste sábado (20/04)  no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB), de Cachoeira do Sul, Volny José Rassier Figueiró, 83 anos. Ele se dedicou com afinco à vida política municipal e estadual e sempre foi reconhecido por sua expressiva liderança. Era respeitado por seus opositores.

Volny, entre inúmeras passagens na política, foi o coordenador – junto com outras lideranças – da realização do primeiro comício das Diretas Já no Rio Grande do Sul, realizado na Praça José Bonifácio, em Cachoeira do Sul, com a presença de líderes como Pedro Simon e Ulisses Guimarães.

O peemedemista da época mostrou ao Brasil que o movimento Diretas Já era uma realidade, tanto que a mobilização ganhou corpo em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, além de outras capitais. Volny fazia questão de dizer que o comício de Cachoeira foi um pontapé para uma mudança no país.

CARREATA PELAS DIRETAS JÁ

Em Cachoeira do Sul, sob a liderança de Volny e outros peemedebistas, foi realizada a Carreata das Diretas  com destaque para as presenças do deputado Ulysses Guimarães, senador Pedro Simon, ex-prefeito Acido Witeck, além de outras lideranças. A direção geral foi do “meu pai, Volny Figueiró, coordenador local do movimento”, registrou seu filho, Marcelo Figueiró, pelas redes sociais.

Volny Figueiró com Ulisses Guimarães em Cachoeira do Sul na carreata pelas Diretas Já. Foto: Reprodução.

Como repórter, acompanhei de perto o entusiasmo de Volny Figueiró em suas atividades políticas. Ele tem outra passagem interessante: na virada de 1970 para 1980 quando o Brasil passou a ter dois partidos, Arena e MDB, Volny com uma pasta cheia de papéis passou a buscar filiados para o novo partido.Transitava em todos os setores da cidade e do interior mantendo contatos e falando da formação do partido. “Mais uma liderança está no MDB”, sempre dizia, quando mostrava a ficha do partido assinada por um novo filiado. Foi um trabalho de “formiguinha”, mas que constituiu o MDB em Cachoeira. Era um orgulho para ele a conquista de novos filiados.

Volny carregava consigo a experiência. Foi vereador na 11ª Legislatura (1993 – 1996) da Câmara de Vereadores. Além disso, concorreu a prefeito em 1976 tendo Juracy Belinasso como vice. Exerceu o cargo de presidente da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) – hoje extinta – e foi, através de sua sabedoria política, que conduziu à Câmara de Vereadores o filho Luciano Figueiró em vários mandatos e atualmente, Marcelo Figueiró, sempre com a campanha organizada e silenciosa de Volny, que foi voz forte no MDB estadual sempre ao lado de Pedro Simon.

VOLNY TINHA A POLÍTICA NO SEU DIA A DIA
Na época em que corria de um lado para outro em busca de filiados para o MDB e organizar, desta forma a oposição no município, Volny percorria a cidade em um automóvel Dodge Polara, que era chamado de Doginho. Pelo seu uso constante, o Doginho estava com lataria desgastada e chamava atenção por onde passava. Quando alguém lhe perguntava alguma coisa sobre o carro, ele sempre respondia que não tinha problema. “Meu carro me leva aonde eu quero “, dizia. Volny fazia da política o seu dia a dia em qualquer circunstância.

VOLNY ERA UM GUERREIRO

Volny Figueiró com a família

“Eu desenvolvi uma amizade com mais de 20 anos com o Volny. Sempre foi um homem sincero na sua fala e nos seus ideais. Era um guerreiro na melhor acepção da palavra. O MDB lamenta a perda de um homem com visão antecipada dos movimentos necessários para a busca das melhores alternativas na busca de soluções dentro da legenda”. A manifestação é do presidente do MDB, Pastor Paulo.

Volny Figueiró deixa enlutados a esposa, Carmem Figueiró, os filhos, Luciano, Marcelo, Fabiana, genro noras e netos, além dos demais familiares e amigos. O falecimento ocorreu por volta das 12h45min deste sábado no HCB. O corpo está sendo velado na capela da funerária Madre Teresa, na Rua Ivo Becker, 45. O velório iniciará, às 19h, deste sábado. Já o sepultamento será realizado neste domingo (21), às 11h no Cemitério Municipal de Cachoeira do Sul.

 

Por Cacau Moraes  / Ocorreio