Lula renova promessa de isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil

Em visita a uma fábrica de automóveis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse para uma plateia de trabalhadores que aguarda para “dar o bote” e encerrar a cobrança de Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) — medida que está nos planos do governo desde o ano passado. Lula ponderou que seu governo tem dificuldade para aprovar medidas como essa, destacando que os partidos de sua base de apoio não são maioria no Congresso.

No discurso, o petista comparou a tributação sobre o benefício à isenção de dividendos, após ser cobrado por líderes sindicais sobre a promessa de sua gestão. Ele chegou a criticar especificamente a distribuição de ganhos a acionistas da Petrobras, ao afirmar que a petroleira distribui R$ 45 bilhões por ano nesse tipo de remuneração.

O presidente renovou ainda a promessa de campanha de isentar quem ganha até R$ 5 mil de pagar Imposto de Renda até o fim de seu mandato, em 2026. Assim como a isenção sobre o PLR, a medida significaria abrir mão de arrecadação em um momento de desafios para equilibrar as contas públicas.

“Todo mundo que ganha muito não paga Imposto de Renda. O cidadão que ganha R$ 2 milhões de bônus não paga Imposto de Renda. E é o povo, é o pobre, o trabalhador não tem como escapar porque vem descontado no contracheque dele. […] O Lula tem um compromisso com isso. Eu só estou esperando a oportunidade para que a gente possa dar o bote e aprovar o fim do Imposto de Renda no PLR”, afirmou Lula, na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR).

O presidente destacou que, apesar de ter ganho as eleições, tem limitações no Legislativo.

“Muitas vezes, a gente só consegue aprovar aquilo que a gente quer se a gente tiver uma maioria de pessoas comprometidas conosco nessa ideia. Nós aprovamos uma reforma tributária, ela ainda não foi aprovada totalmente”, disse Lula. “Eu ganhei as eleições e meu partido tem apenas 70 deputados em 513. Se juntar o partido do [vice-presidente Geraldo] Alckmin [PSB], mais os partidos de esquerda, nós temos 120 deputados. Eu tenho 9 senadores de 81. Então, não é fácil aprovar as coisas que a gente quer ver aprovadas.”