PIB do Rio Grande do Sul deve recuar em 2024, mas queda será recuperada em 2025

Afetada pelas enchentes ocorridas em maio, a economia do Rio Grande do Sul deve ter o pior desempenho entre os Estados brasileiros em 2024, com retração de 2,6%, mas o tombo tende a ser totalmente recuperado em 2025. A avaliação é do Departamento Econômico do Santander, que trabalha com expansão de 3,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho no próximo ano.

Em igual período, o banco projeta que o PIB brasileiro terá alta de 2%, mesma previsão para 2024. Os números estão em estudo especial que apresenta estimativas do Santander por estados e regiões do país para o horizonte de 2022 a 2025. Os últimos dados oficiais do IBGE para as economias estaduais foram publicados em 2021.

Autor do levantamento ao lado dos economistas Rodolfo Pavan e Henrique Danyi, o economista Gabriel Couto observa que a base de 2023 – quando a economia gaúcha cresceu 2,9% pelos cálculos do banco – é elevada, o que também acaba afetando o resultado previsto para 2024. “A devolução de parte dos fortes ganhos da safra de 2023 tende a ser outro impacto negativo no PIB do estado em 2024 “, afirmou.

Nas projeções do Santander, após salto de 17% no ano passado, o PIB agropecuário gaúcho vai diminuir 13% este ano. “O estado avançado da colheita impede que perdas por conta das enchentes sejam ainda maiores”, comenta Couto, para quem haverá retomada do setor já em 2025, com expansão de 10% do PIB agro gaúcho.

O PIB industrial do estado também deve ter comportamento negativo este ano, com queda de 7%, enquanto a atividade dos serviços deve ficar estável em relação a 2023, estima o Santander. De acordo com os últimos dados do IBGE, de 2021, o PIB dos serviços representa 65% da economia gaúcha, seguido pela indústria (22,9%) e setor agro (12,3%).

Já para o Sul como um todo, o Santander prevê alta de 0,5% do PIB em 2024, e de 2,4% em 2025. Couto observa que o PIB gaúcho é o mais representativo da região, com peso de 37,5% na economia regional. Paraná e Santa Catarina respondem por 36,8% e 25,7% do PIB do Sul, respectivamente.