Exportações do agronegócio gaúcho totalizam 3,6 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano
As exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 3,6 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 4,3% abaixo do registrado no mesmo período de 2023. O trimestre abrange o período em que o Estado foi afetado pelas enchentes, que prejudicaram a logística para as vendas externas.
O trimestre coincidiu ainda com a continuidade na tendência de baixa nos preços das principais commodities agropecuárias, entre elas a soja, com redução de 15% nos valores médios de exportação. Em termos absolutos, a queda no valor exportado entre abril e junho foi de US$ 158,5 milhões.
Entre os cinco principais segmentos do agronegócio, as vendas do complexo soja (total de US$ 1,47 bilhão; +5,3%) lideraram o ranking, seguido das carnes (US$ 566,76 milhões; -14,9%), fumo e seus produtos (US$ 517,85 milhões; +9,9%), produtos florestais (US$ 378,43 milhões; +13,3%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 184,69 milhões; -40,2%). O agronegócio foi responsável por 72,8% das exportações totais do Rio Grande do Sul no trimestre.
No acumulado do ano, as vendas externas do segmento somaram US$ 6,5 bilhões, queda de 12,8% na comparação com o primeiro semestre de 2023, uma redução de US$ 952,2 milhões.
Os dados constam no Boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.
O avanço nas exportações do complexo soja no segundo trimestre é explicado pelo aumento nas vendas da soja em grão (total de US$ 1 bilhão; +30,9%), principal produto do setor, que compensou as quedas no farelo de soja (total de US$ 374,70 milhões; -22,8%) e do óleo de soja (US$ 96,88 milhões; -35%).
Outros setores que avançaram em vendas no trimestre foram o de fumos e seus produtos, com o aumento no comércio do fumo não manufaturado (total de US$ 474,21 milhões; +13,6%), e o de produtos florestais, com destaque para a celulose (total de US$ 287,71 milhões; +32,4%).
Nas carnes, houve uma queda geral nos embarques, mais intensa nas vendas da carne de frango (total de US$ 327,02 milhões; -11,9%), da carne suína (total de US$ 145,70 milhões; -12,9%) e da bovina (total de US$ 62,65 milhões; -24,3%).
Nos cereais, farinhas e preparações, como já era esperado após um período atípico em 2023, a queda no milho foi de aproximadamente 100% em relação ao segundo trimestre de 2023, com vendas de apenas US$ 3,09 mil dólares. O arroz (total de US$ 113,32 milhões; – 28,9%) e o trigo (total de US$ 50,87 milhões; -33,7%) também colaboraram para a redução de todo o segmento.
Em relação aos destinos, a China permanece na liderança, responsável pela compra de 34,1% do total das exportações gaúchas do agronegócio, seguida da União Europeia (12,7%), Estados Unidos (6,2%), Coreia do Sul (3,4%) e Irã (3,1%).
Primeiro semestre
Entre os cinco principais segmentos do agronegócio, apenas o setor de fumo e seus produtos registrou alta nas vendas entre janeiro e junho de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, com um valor total de US$ 1,1 bilhão (+6,6%).
As exportações do complexo soja (total de US$ 1,94 bilhão; -11,7%), carnes (total de US$ 1,08 bilhão; -17,7%), produtos florestais (US$ 718,53 milhões; -5,5%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 679,21 milhões; -33,6%) puxaram a queda nos números totais do semestre.
Entre os principais compradores dos produtos gaúchos, o ranking do semestre finalizou com a China na liderança (24,8% do total), com a União Europeia (13,8%), Estados Unidos (6,0%), Vietnã (4,8%), Coreia do Sul (3,8%) e Emirados Árabes Unidos (3,3%) na sequência.