Preço médio dos alimentos no Estado cai 4% em relação ao pico das enchentes
O Preço da Cesta de Alimentos da Receita Estadual (PCA-RE), indicador que representa 98% do consumo dos gaúchos, fechou agosto em R$ 254,32, registrando uma queda de 4% em relação a junho, mês que refletiu o auge dos efeitos das enchentes nos preços dos produtos alimentícios. Ainda assim, o valor médio no Estado permanece ligeiramente acima dos preços praticados em abril, antes do impacto das inundações, quando a cesta custava R$ 247,69. Os dados são do Boletim de Preços Dinâmicos da Receita Estadual, divulgado nesta semana pela Secretaria da Fazenda (Sefaz).
Segundo o boletim, que se baseia em informações das notas fiscais eletrônicas, a região Jacuí Centro, que inclui municípios como Cachoeira do Sul e São Sepé, registrou o menor preço médio da cesta de alimentos, com R$ 233,82. Por outro lado, a região das Hortênsias apresentou o valor mais elevado, com um custo médio de R$ 298,77. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a cesta foi avaliada em R$ 252,80, valor ainda abaixo da média estadual.
Entre os grupos alimentícios, a maior queda foi registrada nas hortaliças, com uma redução de 35%, atingindo uma média de R$ 5,98 em agosto, comparado aos R$ 9,12 de maio. O preço das frutas também caiu em relação ao período das enchentes, mas teve uma leve alta de 4% em comparação a julho. Em agosto, a região Norte registrou a cesta de frutas mais barata, com custo médio de R$ 6,41, enquanto a região Sul apresentou o custo mais elevado, com R$ 8,36.
Na análise por produto, a batata-inglesa teve a maior queda em relação ao mês anterior, com o quilo chegando a R$ 6,68, uma redução de 26%. Em comparação a maio, quando o preço médio atingiu o pico de R$ 9,49, a queda foi de 30%. Em agosto, o menor preço registrado do tubérculo foi de R$ 5,60, na região da Fronteira Oeste, que inclui cidades como Alegrete e Rosário do Sul.
O tomate também teve uma das maiores reduções de preço em relação ao período das enchentes, alcançando uma média de R$ 4,99 em agosto, uma queda de 50% em relação a maio, quando o valor do produto foi o mais alto dos últimos 12 meses. O preço médio do arroz no Rio Grande do Sul atingiu em agosto o patamar de R$ 5,58, valor 4% inferior à máxima verificada nas enchentes, quando o quilo chegou a R$ 5,80. Já o feijão preto atingiu o menor patamar de 2024, com o quilo no valor médio de R$ 7,79. Em comparação a maio, o preço da leguminosa caiu 13%, período em que o produto atingiu um preço médio de R$ 8,99.
Entre os cortes de carne bovina, o menor preço continua sendo o da paleta, que se manteve estável em R$ 27,90 por quilo. A carne moída de segunda manteve-se competitiva, fechando agosto com uma média de R$ 26,49. Outra opção de proteína animal, o ovo de galinha teve um recuo de 11% em agosto em comparação a maio. O leite também apresentou uma queda, com uma redução média de R$ 0,10 no Estado, alcançando R$ 4,69.
O subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, explicou que a ferramenta foi disponibilizada para que seja possível acompanhar o dinamismo dos preços em diferentes períodos, contribuindo para pesquisadores, empresários e cidadãos em geral. “A sociedade consegue ter mais dados para saber a evolução de preços que afetam diretamente a sua vida”, ressaltou.
Divulgado mensalmente, o Boletim de Preços Dinâmicos da Receita Estadual sintetiza informações presentes nos Painéis Interativos disponíveis no portal Receita Dados. Lançado oficialmente durante a Expointer, os gráficos fornecem o preço médio dos alimentos em todas as regiões do Estado. Inicialmente, a ferramenta oferece atualização mensal, mas em breve os usuários poderão consultar a variação diária dos 49 alimentos monitorados pela Sefaz.