Feira de Ciências, Tecnologia e Inovação da UFSM/Cachoeira reuniu 136 trabalhos

A 3ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação da UFSM Cachoeira do Sul aconteceu na tarde do último sábado dia 9. O evento, aberto ao público, foi no campus da UFSM-CS. Os trabalhos selecionados para apresentação eram de nível fundamental, médio, técnico e superior e contemplavam, em sua maioria, as áreas da engenharia, física, química e biologia.

Um dos principais objetivos da feira foi compartilhar conhecimento e tornar a universidade federal um ambiente acessível para alunos da educação básica. Segundo o organizador, professor Jocenir Boita, a proposta não é para ser uma mostra ser competitiva, mas sim promover trocas e despertar interesse nos jovens pelo ambiente acadêmico.

Cerca de 15 escolas de Cachoeira do Sul, região metropolitana de Porto Alegre e até do Ceará, estiveram presentes com seus trabalhos.  Além disso, a feira contou com a participação de alunos de outros campi da UFSM. Os trabalhos apresentavam uma diversidade de temas, como a história da sequência Fibonacci, o percurso que a energia faz até a residência e a o que é a expressão artística Pantomima.

 

Arthur Guterres (17), Francisco Vargas (16), Maria Eduarda Jung (17) e Sofia Streck (17). Estudantes do 2º ano do ensino médio do Colégio Totem Cachoeira apresentaram trabalho sobre a sequência de Fibonacci
Milena Melina, estudante do 8º ano da Escola Municipal Getúlio Vargas, de Cachoeira do Sul. A estudante apresentou, em maquete, o percurso da energia elétrica até a residência. Em seu pescoço está a medalha de 2º lugar na Feira de Ciências da escola
Isabela Machado (12) e Manuela Cruz (12), estudantes do 6º ano do Colégio Totem Cachoeira, apresentaram as origens da arte da Pantomima

Veículos Autônomos: a promessa da cidade do futuro

Um dos destaques da feira foi o trabalho realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Veículos Autônomos (NVA), um projeto educacional multidisciplinar, que reúne alunos do curso de Engenharia de Transporte e Logística, Engenharia Elétrica e Arquitetura e Urbanismo. O projeto é coordenado pelo professor Felipe Caleffi. O principal objetivo dos estudos e análises é compreender a melhor forma de treinar as reações dos veículos autônomos frente às adversidades do trânsito, e as peculiaridades das ruas da cidade de Cachoeira do Sul.

A primeira fase do projeto foi mapear cruzamentos de risco da cidade, para compreender o que precisaria ser ensinado e quais os desafios o veículo autônomo teria para circular nas ruas. Depois várias modalidades de treinamento foram desenvolvidas, algumas por meio de softwares, outras com um simulador de direção que ensina o veículo a dirigir em situações de risco. Além disso, o trabalho também projeta como seria o trânsito da cidade caso a frota fosse substituída por 5%  de carros sem condutores humanos.

Maria Manoela Cardoso, 12º semestre de Engenharia de Transporte e Logística, responsável pelo trabalho que mapeou digitalmente o centro da cidade de Cachoeira em software de treinamento. Fauzi Mahfus, 8º semestre de Engenharia de Transporte e Logística, responsável pelo trabalho que visa treinar a inteligência artificial do veículo, por meio de software de simulação, para situações adversas no trânsito
Emanuel dos Santos, estudante do 8º semestre de Engenharia Elétrica testando o simulador manual que pode treinar o veículo autônomo
Miniatura de veículo autônomo
Juliana Hoffmann, 8º semestre de Arquitetura e Urbanismo e Júlia Bretas, 7º semestre de Engenharia de Transporte e Logística, realizaram o mapeamento digital de um cruzamento de risco da cidade de Cachoeira (Rua Marcílio Dias com a Rua Bento Gonçalves) para compreender que tipos de treinamentos eram necessários o veículo autônomo receber e quais as limitações da estrutura das ruas impediria de receber esse tipo de tecnologia na frota de circulação diária das cidades brasileiras.

Acessibilidade e Tecnologia nas embalagens alimentícias

Isabella Staub e o estande do projeto UNTUK na 3ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação

Isabella Staub, de 17 anos, é estudante da Escola SESI de Ensino Médio José Pedro Fernando Piovan, da cidade de São Leopoldo. Com uma apresentação imersiva, a jovem representou o UNTUK – Acessibilidade por meio da Tecnologia. O projeto, realizado por ela e mais 4 colegas, consiste em criar embalagens com pins, ou código de barras que permitam que, ao entrar em contato com o leitor de embalagens, um áudio de inteligência artificial conte o que é o produto, validade, ingredientes e preço. Na demonstração, a estudante convidava os visitantes a colocar um venda nos olhos e a tentar decifrar pelo tato qual das latas era de ervilha e de milho, demonstrando como as pessoas com deficiência visual se sentem todos os dias ao fazer uma simples compra no supermercado

Quais os segredos da criptografia?

Os estudantes do Colégio Sinodal Barão do Rio Branco, Bernardo Schültz, 14; Ricardo Beckel, 14 e Pedro Henrique Hettwer, 13, apresentaram uma revisão bibliográfica das principais linguagens criptografadas usadas mundialmente ao longo dos anos. A amostra contemplava desde as cifras de César, o código morse até a máquina enigma e a criptografia de ponta do Whatsapp. O trabalho atraia os visitantes pela demonstração e domínio de cada linguagem que os alunos possuíam.

Horta inteligente na escola

Na Escola Estadual de Ensino Médio Cel. Ciro Carvalho de Abreu, os estudantes do segundo ano, Leonardo Lírio, 17; Juliany Plate, 16 e Evelyn Santos, 17, apresentaram a iniciativa da horta escolar. O cultivo é de responsabilidade dos alunos da escola, e são supervisionados pelo professor Volni Oestreich. Um dos diferenciais da horta são os qr codes que acompanham cada planta, assim, fica claro os benefícios dela para a saúde e quais cuidados ela exige.

Bernardo Schültz, Ricardo Beckel e Pedro Henrique Hettwer com os exemplos de criptografia estudados
Leonardo Lírio, Juliany Plate e Evelyn Santos com o banner de seu trabalho e uma pequena demonstração de como funciona o sistema de qr codes

Avaliação

Os trabalhos foram avaliados por professores das suas respectivas áreas de conhecimento da UFSM, além de docentes da rede pública de ensino da região. Todos que que apresentaram no sábado, serão convidados a escrever um capítulo de livro, de três a cinco páginas, que fará parte do e-book que será feito após o evento com editora vinculada, além de receberem certificados de participação,

Também será realizada uma edição especial da revista Ciência e Natura com os 15 melhores trabalhos. Estes serão convidados a escrever o artigo completo sobre seu trabalho. A revista é conceito A3 no Qualis/Capes, avaliação nacional de qualidade de periódicos científicos.

Texto e fotos: Clarisse Amaral, estudante de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista