44% dos homens no Sul desconhecem como prevenir o câncer de próstata, mostra pesquisa

Apesar dos esforços para conscientizar a população masculina, 44% dos homens da região Sul admitem desconhecer as formas de prevenir o câncer de próstata, igualando-se à média nacional, segundo a pesquisa Nexus, realizada em parceria com o A.C.Camargo Cancer Center, com 966 homens em todas as 27 unidades da federação. O dado reflete a necessidade de intensificar campanhas educativas que priorizem o acesso à informação e ao diagnóstico precoce, especialmente em estados como o Rio Grande do Sul, onde a população envelhecida está mais suscetível à doença.

Com 75 mil casos de câncer de próstata estimados no Brasil anualmente e 16 mil mortes atribuídas à doença, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), campanhas como o Novembro Azul são fundamentais para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens no país, segundo o médico Stênio Zequi, líder do Centro de Referência em Tumores Urológicos do A.C.Camargo Cancer Center, que reforça a necessidade de ações que combinem exames, análise de histórico familiar e acompanhamento contínuo.

Apenas 34% dos homens da região Sul afirmam saber como prevenir o câncer de próstata, um índice inferior à média nacional de 36%. A pesquisa também destacou desigualdades marcantes: homens com ensino superior apresentam um índice de conhecimento de 48%, enquanto entre aqueles com escolaridade até o fundamental o percentual cai para 30%. A renda também influencia, com apenas 25% dos que ganham até um salário mínimo conhecendo medidas preventivas, contra 53% dos que recebem acima de cinco salários mínimos.

“A falta de informação contribui para diagnósticos tardios, já que muitos homens acreditam que a ausência de sintomas significa estar livre da doença. Na maioria dos casos, o câncer de próstata é assintomático em seus estágios iniciais, reforçando a importância de exames regulares”, explica Zequi.

O preconceito como barreira

Um dos maiores desafios ainda é o preconceito relacionado ao exame de toque retal. Na região Sul, apenas 56% dos homens realizam ou pretendem realizar o exame, abaixo da média nacional de 61%. Zequi reforça que o toque retal é essencial para a detecção precoce e que, quando combinado ao PSA, aumenta as chances de diagnóstico.

 

 

Fonte Correio Povo