Conselho Municipal da Saúde repudia projetos que prejudica BPC e isenções para PcDs

O Conselho Municipal de Saúde de Cachoeira do Sul emitiu uma nota  de repúdio aos projetos de Lei Complementar nº 68/2024 e Projeto de Lei nº 4614/2024, direcionada às autoridades legislativas, à sociedade civil organizada e à população em geral.

Confira na íntegra:

“Nós, do Conselho Municipal da Saúde de Cachoeira do Sul, manifestamos nosso repúdio aos Projetos de Lei Complementar nº 68/2024 e PL nº 4614/2024. Esses projetos, caso aprovados, trarão graves prejuízos aos direitos das pessoas com deficiência (PcD), em especial autistas, e suas famílias, prejudicando sua qualidade de vida e acesso a serviços essenciais.

O que está em risco com o PLC nº 68/2024?

Este projeto, que propõe uma reforma tributária, pode acabar com isenções fiscais fundamentais para PcD e suas famílias, como:

Isenção de impostos na compra de veículos adaptados: Sem essa isenção, muitas pessoas com deficiência não conseguirão adquirir um meio de transporte essencial para seu trabalho, terapias e vida social.

Desoneração em medicamentos e equipamentos assistivos: O custo de medicamentos essenciais, cadeiras de rodas e próteses pode aumentar, tornando esses itens inacessíveis para muitas famílias.

E o que muda com o PL nº 4614/2024?

Este projeto propõe mudanças prejudiciais no Benefício de Prestação Continuada (BPC), um suporte vital para muitas famílias. As principais ameaças incluem:

Recadastramento bienal obrigatório: Caso o recadastramento não seja feito, o benefício será automaticamente suspenso. Famílias em áreas remotas ou com dificuldades tecnológicas podem perder o apoio financeiro indispensável.

Mudança no conceito de deficiência: Apenas quem for considerado “incapaz para o trabalho e a vida independente” seria elegível, excluindo autistas e outras PcD que precisam do BPC para pagar tratamentos e terapias essenciais.

Exemplos práticos do impacto:

Uma mãe que utiliza o BPC para pagar as terapias do filho autista pode perder esse apoio devido à burocracia do recadastramento.

Uma pessoa com deficiência motora pode não conseguir comprar um carro adaptado, comprometendo seu deslocamento para consultas e atividades diárias.

O que estamos pedindo?

Queremos que esses projetos sejam revisados para garantir que direitos essenciais não sejam retirados. Especificamente:Que o PLC nº 68/2024 mantenha isenções fiscais para medicamentos, equipamentos e veículos adaptados para PcD e autistas.

Que o PL nº 4614/2024 não implemente regras que dificultem o acesso ao BPC, mantendo o conceito atual de deficiência e eliminando a exigência de recadastramento frequente.

Por que isso é importante?

Esses direitos foram conquistados com muito esforço para garantir que as pessoas com deficiência possam viver com dignidade. Retirá-los significa aumentar a vulnerabilidade de milhares de famílias, colocando em risco sua sobrevivência e autonomia.

Juntos podemos evitar esse retrocesso!

Apelamos à população, aos parlamentares e às lideranças que reflitam sobre o impacto dessas propostas e atuem para proteger os direitos das pessoas mais vulneráveis.