Arquivo Histórico de Cachoeira conta com o apoio de voluntárias
Fundado em 1987, o Arquivo Histórico do Município de Cachoeira do Sul Carlos Salzano Vieira da Cunha – uma das instituições da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) – é, desde então, uma espécie de guardião de diversos documentos que contam a história dos cachoeirenses. A partir do recebimento de uma transferência de acervo de jornais do Museu Municipal Edyr Lima, o local preserva, além de periódicos, mapas antigos da cidade, escrituras do Registro de Imóveis e outros documentos impressos. As encadernações ocupam dezenas de estantes distribuídas na sede do Arquivo, na rua Sete de Setembro 350, atualmente fruto de trabalho de uma dupla de voluntárias.
Jussara Garske e Alba Daisy Lindemann trabalham juntas desde 2022, em um trabalho minucioso feito duas vezes por semana e que envolve muita atenção, cuidado e dedicação. Em outros tempos, o Arquivo contava com o apoio semanal de uma restauradora que fazia parte do quadro de servidores municipais, mas que hoje não pertence mais ao quadro. O início do trabalho de conservação e restauro data de 1991, quando a professora Iara Valentim fez um curso em Porto Alegre.
Voluntariado – De acordo com a pesquisadora e assessora técnica do Arquivo, Mirian Ritzel, antigamente a instituição já promovia oficinas para o aprendizado dos interessados, coordenado por uma equipe que acabou sendo desfeita por motivos como a aposentadoria dos profissionais. A partir de 2013, Jussara assumiu o setor, e hoje atua voluntariamente, após ter transmitido seu conhecimento para outras pessoas. “É um trabalho que já foi reconhecido e premiado na cidade. Hoje, se não fosse o trabalho voluntário das duas, não seria possível oferecer os jornais encadernados. A encadernação é fundamental para o acesso do público ao acervo”, afirma Mirian. São feitas três cópias de cada encadernação: uma para o próprio Arquivo, outra que fica disponível para fotocópias e mais uma para o Jornal do Povo.
De acordo com Jussara, são utilizados materiais como papelão, folha 60kg, percalux, linha de costura, pincéis e uma cola especial feita no próprio local, com matéria-prima adquirida pela SMC. “É um trabalho minucioso e o ideal é que tivessem pessoas que fizessem só a costura dos jornais”, revela. Jussara conta ainda que o tempo precisa estar seco para que o trabalho de restauração seja feito e que outras pessoas podem aderir ao voluntariado, sob sua orientação. Doações de materiais também são bem-vindas. Atualmente, ela trabalha na recuperação de edições de 1888 do jornal Clarim, um dos periódicos que já circulou no município, utilizando um papel especial de fabricação japonesa, doado pela Câmara de Vereadores há alguns anos. Para a secretária municipal de Cultura, Dariely de Barros Gonçalves, o trabalho das voluntárias é digno de aplausos. “São pessoas como a Jussara e a Alba que abrem mão do seu tempo e fazem esse trabalho fundamental para que as futuras gerações possam conhecer em detalhes a rica história de Cachoeira do Sul”, afirma. O trabalho conta, ainda, com o apoio da servidora Neiva Köhler.