Vídeo destaca a história do Templo Martim Lutero e o legado luterano em Cachoeira do Sul
Foi lançado no último domingo, 20 de abril, o primeiro episódio da série Cachoeira do Sul: Patrimônio Cultural, assinada pelo sociólogo e cronista Jeferson Francisco Selbach, colaborador da rádio Fandango 102 fm. O projeto audiovisual tem como objetivo valorizar e preservar a memória arquitetônica e cultural da cidade, e estreia com um mergulho na história do Templo Martim Lutero, um dos marcos do bairro Rio Branco.
O vídeo resgata a trajetória da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Cachoeira do Sul, desde a visita inaugural do pastor Hermann Borchardt em 1867, quando apenas nove famílias luteranas formavam o pequeno núcleo religioso local. A expansão foi rápida e, cerca de 20 anos depois, a comunidade já era atendida pelo pastor Michael Haetinger, vindo de Candelária.
A estrutura organizacional da comunidade começou a se consolidar em 1889, com a eleição da primeira diretoria sob a liderança de Philipp Adam. Em 3 de julho de 1893, foi formalizada a fundação da Comunidade Evangélica e de uma escola germano-brasileira, que viria a se transformar no atual Colégio Sinodal Barão do Rio Branco. Inicialmente, as atividades educacionais e religiosas ocorriam em um prédio vizinho à praça José Bonifácio, onde o professor Heinrich Gauss também atuava como pastor.
A partir de 1912, diversas famílias de origem alemã se estabeleceram no bairro Rio Branco, dando impulso à construção de novas sedes para a escola e para a igreja. Em 1914, foi inaugurado o novo prédio escolar, seguido pela Casa Pastoral em 1916, e, na década seguinte, pela edificação do templo Martim Lutero.
Projetado pelo renomado arquiteto alemão Theo Wiederspahn, o templo recebeu o nome Quo Vadis e foi concebido em estilo neogótico flamejante. Sua arquitetura impressiona pelos pináculos afiados, arcos ogivais, arcobotantes e pela torre sineira equipada com quatro relógios e janelas. A pedra fundamental foi lançada em 27 de julho de 1930 e, em apenas oito meses, a obra foi concluída ao custo de 211 mil contos de réis. Os sinos foram importados da cidade de Bochum, na Alemanha.
A inauguração ocorreu em 19 de abril de 1931, com celebrações que incluíram o badalar dos sinos, a recepção aos visitantes na estação ferroviária e uma cerimônia solene. O relógio da torre foi adicionado em junho de 1951, graças à mobilização da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas, que arrecadou recursos por meio de eventos sociais em residências da comunidade.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, o templo, a escola e o clube foram alvos de atos de vandalismo em meio à onda de nacionalismo provocada pela declaração de guerra do Brasil à Alemanha nazista. Vitrais foram quebrados, portas arrombadas e objetos litúrgicos saqueados. Com o fim da guerra, os membros da comunidade reconstruíram os prédios, restabelecendo as atividades religiosas e escolares.
O episódio destaca a importância histórica do templo, que completa 90 anos em 2021, e celebra os 130 anos de existência da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Cachoeira do Sul, que atualmente reúne cerca de 1.200 membros batizados. O vídeo encerra com o depoimento da ministra pastora Adriana Weege, responsável pela revisão do conteúdo.
Na manhã do lançamento, domingo, às 9h, uma placa com QRCode foi descerrada no local, permitindo que visitantes acessem diretamente o vídeo com informações históricas sobre o templo. O projeto tem apoio da Comunidade Evangélica Martim Lutero, TSA Projetos Elétricos e Solares, Portal OCorreio, Rádio Fandango e Universidade Federal do Pampa.
Além desse episódio inaugural, já estão em produção novos capítulos da série, que trarão à tona as histórias do Chateau d’Eau, do Paço Municipal e dos Engenhos Roesch. A proposta é seguir revelando e valorizando os principais prédios históricos de Cachoeira do Sul.
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