Focado em soluções para o setor vitivinícola, primeiro Hacka Vitis do universo de vinhos é realizado durante a Wine South America
Além de encerrar com recordes de público e de negócios, a 3ª edição da Wine South America teve em sua programação o primeiro Hacka Vitis realizado com foco exclusivo no setor de vinhos. O projeto é voltado à inovação para o setor vitivinícola e buscou desenvolver soluções para os principais desafios da cadeia. O Hacka Vitis é uma parceria com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e contou com a participação de cerca de 20 alunos de graduação, pós-graduação e mestrado do instituto e de outras instituições como a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O projeto começou ainda antes da WSA, quando uma pesquisa foi realizada com vinícolas da Serra Gaúcha. A ideia desse levantamento prévio foi elencar os principais problemas enfrentados pelas marcas em áreas como Recursos Humanos, produção, marketing, vendas, compras, logística e sustentabilidade. “Apoiamos essa iniciativa junto ao IFRS de realizar o primeiro Hacka Vitis na WSA desde o início, pois acreditamos que este projeto tem sinergia com o nosso papel de ajudar a promover o desenvolvimento do setor de vinhos”, destaca Marcos Milanez Milaneze, diretor da WSA.
Com base nos desafios encontrados previamente, os alunos se dividiram em três grupos durante a WSA e desenvolveram soluções para o setor vitivinícola. Para auxiliar no desenvolvimento das atividades, oito mentores ajudaram os grupos durante as mais de 15 horas de trabalho. “Esse modelo de iniciativa cria uma conexão entre todos os pontos da cadeia. É um modelo mental que visa empreender com base em um problema real, envolvendo as vinícolas, as necessidades, a pesquisa e passa ainda por uma validação”, explica Vinicius Piva, um dos organizadores da iniciativa e gestor de inovação e tecnologia do IFRS.
Cada uma das equipes criou uma solução que atende a um desafio específico do setor. Um dos grupos desenvolveu uma iniciativa voltada a compras de garrafa, visto que as pequenas e médias vinícolas muitas vezes enfrentam o desafio de adquirir grandes quantidades do material. Outra equipe apresentou uma iniciativa voltada à sustentabilidade, explicando como ações sustentáveis podem reduzir o desperdício e impactar positivamente o setor financeiro. O terceiro grupo falou sobre o desafio de divulgar corretamente os selos e as iniciativas sustentáveis.
Wine Connection foi a equipe vencedora do Hacka Vitis
Os três grupos apresentaram seus projetos na sexta-feira, último dia de feira, para um grupo de jurados. A equipe vencedora foi a Wine Connection, que desenvolveu uma solução focada nas pequenas vinícolas e que visa promover compras coletivas de garrafas para vinhos. “Muitas vinícolas pequenas não conseguem um preço atrativo na compra de garrafas por utilizarem uma quantidade menor, não atingindo o pedido mínimo de grandes fornecedores. Sendo assim, nossa solução é uma empresa de compras coletivas de garrafas, onde conseguimos conectar estes pequenos produtores aos grandes fornecedores, garantindo um preço competitivo”, explica Giulia Trucolo Martinelli, que é enóloga e faz parte da equipe vencedora.
Além de Giulia, o grupo Wine Connection é formado por Mônica Daneluz Rodrigues, Wesley Honorato e Zaira do Vale. Todos integrantes da equipe são mestrandos em Viticultura e Enologia. “O Hacka Vitis foi uma oportunidade incrível de troca de experiências e conhecimentos. Além disso, comprovou a importância da interdisciplinaridade na busca por soluções dos problemas do setor vitivinícola”, completa Giulia.
Para a escolha do grupo vencedor, o júri foi formado por Jussara Konrad, gestora da WSA; Roberta Genari, representando o Sebrae/RS; Thompson Benhur Didoné, da Emater/RS-Ascar; Tiago Centenaro Mignoni, secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Flores da Cunha; e Daniel Panizzi, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra). “Os três grupos desenvolveram soluções criativas e que vão de encontro com necessidades reais do setor da vitivinicultura. São embriões e a troca entre pesquisadores e vinícolas será muito importante para o amadurecimento das soluções. Temos muitos pontos que podem ser trabalhados e esse tipo de iniciativa é de grande valia para o desenvolvimento da cadeia. Sem dúvidas, esse projeto foi um dos pontos altos da WSA”, avalia Panizzi.
O grupo vencedor do Hacka Vitis irá passar agora por um período de incubação no IFRS. A ideia é que a solução vencedora passe um tempo se desenvolvendo e se aprimorando para assim ser colocada em prática no mercado.
Recordes de público e de negócios marcaram a 3ª edição da WSA
Palco do Hacka Vitis, a Wine South America é considerada a maior e principal feira profissional de vinhos da América Latina. A 3ª edição da feira encerrou na última sexta com recordes de público e de negócios, além de intensa participação internacional. Mais de 7 mil compradores de todas as regiões do Brasil e de 13 países participaram da programação durante os três dias de evento.
Além de valorizar os principais e os novos terroirs do Brasil, a feira reuniu 360 marcas nacionais e internacionais, com a presença de países como Argentina, Chile, Eslovênia, Espanha, França, Geórgia, Itália, Portugal, Romênia e Uruguai. A edição da WSA deste ano teve ainda um crescimento de 20% no número de marcas expositoras e ultrapassou a marca de R$ 20 milhões em negócios, superando assim a última edição presencial, realizada em 2019. A feira foi realizada na Fundaparque, em Bento Gonçalves.
Fotos: Vagão Filmes, Divulgação